Bairro São Cristóvão de Arcoverde
JORNAL DE ARCOVERDE n.306 – Novembro/Dezembro de 2018
Bairro São Cristóvão de Arcoverde
Por Pedro Salviano Filho
O Bairro São Cristóvão, em
Arcoverde-PE, conhecido
inicialmente como Bairro da Macambira, devido à presença dessa bromélia no
loteamento criado pelo sr. Félix Paiva, tem 70
anos de existência e sempre foi um dos polos de desenvolvimento da cidade.
Concentrando inicialmente postos de
combustíveis, oficinas mecânicas, fábricas de molas etc., o progressista bairro
logo se destacou pelo comércio e serviços apresentados assumindo importância maior que a de
muitas cidadezinhas do sertão do estado.
A tradicional Feira de São Cristóvão foi reinaugurada em 16 de
maio de 2016, no Pátio Lídio Cordeiro Maciel, na Rua João Pininga de Moraes.
«A
02-02-1956 tem início a construção da Capelinha
de São Cristóvão, no Bairro do mesmo nome, em Arcoverde, no local doado para aquela finalidade por Félix Paiva,
a 26-03-52. ´Carlos Produções
Fotográficas´. Arcoverde.» Foto colorizada. Original do livro Município de Arcoverde (Rio Branco). Cronologia e outras
notas. Streetview: goo.gl/cnupbD
Atualmente a “Igreja de São Cristóvão”. Foto Jornal de Arcoverde, dezembro de
2018.
«Matriz [?] do Santíssimo
Redentor, em São Cristóvão,
Arcoverde. “No dia 22-12-1956, D. Severino Mariano de Aguiar (Bispo da Diocese
de Pesqueira), desmembra da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, a Paróquia
do Santíssimo Redentor (também em Arcoverde, com os seguintes limites”... (Carlos
Produções Fotográficas, Av. Cel. Antônio Japyassu, 372, Arcoverde).» Atualmente
Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”
Foto colorizada. Original do livro Município de Arcoverde (Rio Branco). Cronologia e outras
notas.
Hoje
“Santuário Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro”. Rua Padre
Raimundo Redentorista, 200. Bairro São Cristóvão. goo.gl/vtfrG1. Foto
Jornal de Arcoverde, dezembro de 2018.
1948 - Município de Arcoverde (Rio Branco). Cronologia e outras notas.
Luiz Wilson. 1982 - pág. 164.
«Neste
ano ou no seguinte, tem início em Arcoverde o Bairro de São Cristóvão.
Uma
de suas primeiras casas foi o Posto Esso, de “seu” José Rodrigues (“seu” José
Batatinha) ali tendo sido construído depois um trecho de casas de José
Henrique, um “hotelzinho” de Eliseu Magalhães, a Serraria de Gonzaga e o Posto
Atlantic [Shell?] de Alísio Dourado.
Nos
primeiros anos da década de 50, a Standard, a Shell e a Atlantic construíram no
lugar os seus tanques de distribuição de gasolina para o Sertão. A Chesf
instalou no mesmo local um grande armazém de material, transportado até
Arcoverde pela Great Western e de Rio
Branco (Arcoverde) para Paulo Afonso, em caminhões, tendo sido Áureo Bradley e “seu”
José Rodrigues os concessionários daquele serviço durante algum tempo.
Instalaram-se
ainda em São Cristóvão, entre muitas outras, as oficinas mecânicas de Antônio
Soares, de José Braga e de Félix Eletricista, além da Fábrica de Molas de
Gerente (Cícero Cristino Bezerra).
Algum
tempo depois, transferiram-se para o novo Bairro, Antônio Moreno, Antônio da
Ford, Terêncio e, ainda, “Saguim”, cujas ferramentas eram apenas uma lima, um
escopo e um torno velho de bancada, com o que fazia milagres.
O
grande bandeirante de São Cristóvão, cujo comércio é talvez ainda hoje, maior
que o de muitas cidadezinhas do Sertão do Estado, foi Félix Paiva, que era então gerente e guarda-livros da Cooperativa
Banco do Sertão, da qual a diretoria era composta por ele (Félix), Emídio
Guimarães e Otacílio Morais (inaugurada a 26 de julho de 1948).
As
terras onde estão hoje o nosso bairro mais progressista, talvez em todos os
tempos, diz-se que constituíam antigamente uma parte de Tamboril (de Tito Magalhães)
e eram antes do capitão Veríssimo José do Couto , de Sérvulo José Freire e de
Leonardo Pacheco do Couto Duque (Leonardo Duque), pai, entre outros filhos, de
Antônio Napoleão Pacheco, falecido em 1976 com 92 anos de idade, restando hoje
dos irmãos apenas José Duque.
Félix
Paiva comprara algum tempo antes um pedaço de terra no lugar, tendo
origem depois que loteou o terreno e começaram a construir no local, o “Bairro
de São Cristóvão”, que no início, por causa da macambira ali existente era
chamado de Macambira.
Em
1954 os padres Redentoristas construíram ali uma igrejinha sob o orago de São
Cristóvão, patrono dos viajantes e motoristas do mundo cristão.
Quando
a BR-25 (Estrada de Rodagem Central do Estado), no Governo do Dr. Nilo Coelho
(pavimentada), foi desviada para o outro lado da cidade (passando atrás do
Cruzeiro), viveu aquele bairro dias diferentes de sua época de desenvolvimento
econômico e progresso. A velha estrada, que tudo dera a São Cristóvão,
tirara-lhe tudo.
Áureo
Bradley conseguiu no Governo Eraldo Gueiros, no qual foi como que um Vice-Rei,
no Estado, a pavimentação da antiga BR-232 que cortava São Cristóvão desde o
Campo da Aviação até a Vila da Cohab, ligando-a, também pavimentando-a a BR-25.
Tenho,
às vezes, a impressão de que São Cristóvão, com a sua planície para o poente,
depois da Melancia, será a Arcoverde do Século XXI.
A
atual Avenida Cel. Antônio Japyassu, a Rua Augusto Cavalcanti, a Rua Zeferino
Galvão e a Rua Leonardo Pacheco Couto (a Rua Velha), terminando como que aos
pés da Serra da Caiçara, e apertadas entre a Serra da Aldeia Velha e o Serrote
do Retiro (atrás do Cruzeiro), foram a Rio Branco e a Arcoverde deste século
[20].
1951
Missões
no florescente Bairro da Macambira, com Frei Eurico e José Carneiro Leão,
presente o sr. Bispo de Pesqueira, D. Adelmo Machado, que ali celebrou no
domingo (18 de fevereiro), uma missa campal.
Estudava,
então, D. Adelmo, o projeto de construção de uma igrejinha naquele bairro, que
teria como patrono São Cristóvão (v. o livro do Tombo da Matriz de Nossa
Senhora do Livramento).
1956
A
2 de fevereiro tem início a construção da Capelinha do Centro Educativo de São
Cristóvão, no local doado para aquela finalidade por Félix Paiva, a 26-02-1952.
Uma
pequena imagem do protetor de nossos viajantes e motoristas é colocada no salão
onde era dita já ali, aos domingos, uma missa.
1957
[…]
Em construção a Capela do Bairro de São Cristóvão, onde a 19 de julho fez-se
pela primeira vez o novenário em honra do Santo.
A
21 de julho (um dia de domingo), celebrada também ali a primeira missa, dentro
das 4 paredes da igrejinha.
1958
A
20 de abril, inaugurado o sino (24
quilos) da Capela de São Cristóvão. (Capela com cinco bancos).»
Ícones.
Patrimônio cultural de Arcoverde.
Roberto Moraes. 2008. Imagem colorizada. Foto de 12-12-1951. Pág 82, e Muirá ubi. Arcoverde. Tradução, trajetória
e talentos. Roberto Moraes. 2003. – Pág. 72
«Em 1948 começou o
desenvolvimento do Bairro São Cristóvão, com suas primeiras casas comerciais,
Posto Esso de Zé Batatinha, Hotel de Elizeu Magalhães, Posto Atlantic [Shell?]
de Alísio Dourado, Grande Armazém da Chesf, representantes: Áureo Bradley e Zé Batatinha,
Posto Texaco de Jonas Moraes, Oficinas Mecânicas de José Braga, Antônio Moreno,
Antônio Soares, Saguim, Antonio da Ford. Fábrica de Molas de Cícero Cristino
Bezerra e muitos outros.»
Posto Esso.
Foto colorizada do acervo O. e C. Neves, por cortesia do Sr. Carlos Carvalho
(Recife).
Posto Shell,
de Alísio Dourado. 12-12-1951. Foto colorizada do acervo O. e C. Neves, por
cortesia do Sr. Carlos Carvalho (Recife).
Ford de
Arcoverde. Foto colorizada do acervo O. e C. Neves, por cortesia do Sr. Carlos
Carvalho (Recife).
«Posto Texaco. O
Palacinho de Vidro da cidade, como era conhecido, muito contribuiu
para o
desenvolvimento do Bairro São Cristóvão. Seu primeiro proprietário foi Jonas
Moraes.». Imagem colorizada. Original em Ícones. Patrimônio cultural
de Arcoverde. Roberto Moraes. 2008. Pág. 83
Ícones.
Patrimônio cultural de Arcoverde.
Roberto Moraes. 2008. Pág. 101
Arcoverde
registra as seguintes datas de fundação de suas instituições religiosas.
1919 –
Igreja de Nossa Senhora do Livramento.
1926 –
Igreja Batista de Arcoverde
1934 –
Centro Espírita de Arcoverde
1954 – Igreja São Cristóvão
1956 –
Igreja São Miguel
1957 –
Igreja São Geraldo
1958 – Igreja do SS. Redentor [hoje “Santuário Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro”.]
1958 –
Igreja de Santa Luzia
1959 –
Igreja Presbiteriana de Arcoverde
1962 –
Templo do Racionalismo Cristão
1994 –
Capelinha Santa Cruz
Sobre
o desvio da estrada que deixou o Bairro S. Cristóvão temporariamente bem
diferente da época de desenvolvimento econômico e progresso, o Sr. Antônio
Francisco Moreno esclareceu para esta coluna: “Até o início dos anos 1960,
a estrada federal que cortava Pernambuco era a BR 25 começando em Moreno até
Salgueiro. Tinha pavimentação até Caruaru e daí por diante era terra batida.
Para se chegar em Arcoverde passávamos no distrito de Mimoso, subíamos a serra
de mesmo nome (famosa pelos desastres). E seguia-se pela Mutuca, 15
metros, até entrar em Arcoverde pelos bairros Boa Vista, São
Geraldo, Colégio das Freiras, Cardeal, J. Freitas , posto Zé
Batatinha, São Cristóvão, até alcançar o Campo de Viação e seguir em
frente. Era a BR 25, que no perímetro urbano tinha (e mantém) outras
denominações como Av. Conselheiro João Alfredo, Pedro ll, Joaquim Nabuco, José
Bonifácio etc. Quando o asfalto chegou a Arcoverde, além da nova
denominação (BR 232) houve o desvio do seu percurso; é tanto que fizeram
corte no serrote, passando por trás do Cruzeiro, comeram parte da entrada do
campo da sementeira, de maneira que a nova estrada fez um rodeio por fora da
cidade. Assim, a movimentação de ônibus, caminhões, automóveis passou
a acontecer pela nova BR, ocorrendo queda vertiginosa na BR 25 e consequentemente
nas atividades econômicas do Bairro São
Cristóvão (hotéis, restaurantes, oficinas, postos de
combustíveis, revenda de peças automotivas etc. Quando Eraldo Gueiros
Leite foi designado Governador de Pernambuco, Áureo Bradley, que gozava
de enorme prestígio com ele, conseguiu o asfaltamento dos 6 quilômetros da área
urbana da antiga BR (passou a denominar-se Eraldo Gueiros) e trouxe novas
perspectivas para o Bairro São Cristóvão”.
2012
Feira
de São Cristóvão em 26 de abril de 2012: goo.gl/cgGkEq
2016
Reinauguração
da Feira de São Cristóvão, em 16 de maio de 2016. Pátio Lídio Cordeiro Maciel,
na Rua João Pininga de Moraes. goo.gl/mMf9go (30-05-2016)
Feira de São
Cristóvão. Foto Jornal de Arcoverde,
dezembro de 2018.
Escolas
de São Cristóvão: goo.gl/jdpXiV
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