Catimbau - Buíque
JORNAL DE ARCOVERDE n.309 – Maio/Junho de 2019
Catimbau – Buíque
Pedro Salviano Filho
Dentre
os vários pontos turísticos espalhados pela nossa região Catimbau, no vizinho
município de Buíque, destaca-se por ser considerado
o segundo maior parque arqueológico do Brasil. O primeiro é a Serra da
Capivara, localizada no Piauí.
Já vimos nesta coluna algumas
informações sobre os primórdios do sertão nordestino (https://bit.ly/2WI65Wz. Também destacamos que, desde a década de 50 do
século passado Arcoverde já demonstrava sua capacidade de oferecer condições
para o desenvolvimento do turismo regional (https://bit.ly/3bCorfK).
Pesquisas
arqueológicas, cujos resultados foram divulgados pela imprensa (ver jornais
citados nesta coluna) parecem ter ampliado o interesse da população pelo
Catimbau. Em 1970 já se registrava a presença de cerca de 200 pessoas visitando
diariamente aquele local.
O
Parque Nacional do Catimbau foi
criado em 2002. Neste 2019 foram criadas em Pernambuco, mais duas unidades de
conservação. https://glo.bo/2ZdiqDB .
Agora
um convite para um passeio histórico pelas informações coletadas, especialmente
as disponibilizadas na versão completa para web.
Cronologia
Pernambucana. Subsídios para a História do Agreste e do Sertão. 4º vol. 1655 a 1678. Nelson Barbalho. Recife, 1982. Pág.
33.
«Seja como for, o pioneiro civilizado do desbravamento e do
povoamento dos Campos do Buíque e dos Campos dos Garanhuns é mesmo o
mestre-de-campo Nicolau Aranha Pacheco, que, desde 1658, tornou-se o branco senhor e possuidor de suas terras, nas
quais botou seus vaqueiros baianos e seus gados trazidos do São Francisco,
construindo currais, edificando casas e armazéns, fundando pequenos povoados. A
civilização, tanto em Buíque quanto em Garanhuns, tem início, portanto, com
Nicolau Aranha Pacheco, irreversivelmente.
Nicolau
Aranha Pacheco casara, na Bahia, com Francisca de Sande, baiana riquíssima,
filha de Francisco Fernandes (Fernandes da Ilha), proprietário da Ilha Maré, e
de Clara de Sande (falecida em 1640), sendo neta paterna de Antônio Fernandes e
neta materna de Sebastião Pacheco de Castro de Sande. Entre os filhos de
Nicolau Aranha Pacheco-Francisca de Sande destacavam-se Antônio Fernandes
Aranha, Pedro Fernandes Aranha, Clara Aranha Pacheco (casada com o capitão
Cosme de Brito Cação) e Pedro Aranha Pacheco.
Nicolau
Aranha Pacheco era primo legítimo do co-sesmeiro Ambrósio Aranha de Farias,
que, em suas terras agrestino-sertanejas, fundava o Sítio Mororó.»
Caboclos do Urubá. Recife, 1977. Nelson Barbalho.
Pág. 88
«O Sítio Catimbau, fundado pelos Aranha Pacheco nos Campos
do Buíque, por sentença judicial, é passado para o poder do capitão Matias
Ferreira Luz que o houvera dos baianos Francisco de Abreu e sua mulher Maria
Fernandes Barbosa. Aos 28 de agosto de 1726
o capitão Matias Ferreira o vende a Gonçalo Pereira de Morais. Passando de mão
em mão, o Catimbau finda em poder do capitão Leonardo Bezerra Cavalcanti, filho
do capitão Manoel Leite da Silva. Por morte do cap. Leonardo, aquela
propriedade fica para os seus descendentes.
Todos
esses agricultores e fazendeiros do Buíque e da Pedra de Puxinanã dinamizavam a
vida do Urubá, participavam da sociedade de Cimbres, militavam em sua política,
via de regra se tornavam autoridades cimbrenses, segundo atestam inúmeros
documentos existentes a seu respeito.»
História de Garanhuns. Recife, 1983.
Alfredo Leite Cavalcanti. Pág. 43
«O Sitio Catimbau (o de Buíque),
tornou-se propriedade de Leonardo Bezerra Cavalcanti, que faleceu em 1827, e como os herdeiros nunca
demarcaram os quinhões, até bem pouco tempo continuava o território em comum,
ocupado pelos descendentes.»
Chegada
a Catimbau.
Pedra
do Cachorro
Pedra
Igrejinha.
Mário Melo. Foto colorizada do original na página 29 “1915-2015 -
Almanaque Centenário – Pernambuco” bit.ly/2IpPEFI
Catimbau ou catimbó?. «Um riacho e uma serra no município de Buíque, deste
Estado, têm o nome de Catimbau e, ao que me consta, um córrego e um sítio, no
município de Rezende Costa, em Minas Gerais.
Possuímos
também, no vocabulário popular o termo Catimbó com a significação de
sortilégio, feitiçaria, acreditando-se seja corruptela de catimbau.
Para
Alfredo de Carvalho a grafia é catimbao,
termo tupy caa-tin-imbal, o mato
branco ruim, a folha branca ruim, a catinga ruim.
Rodolfo
Garcia admite a possibilidade da origem africana, bem como a probabilidade de
ser termo da língua quechua katimpuy
- seguir aquele que deveria ter ficado atrás. Mostra que a palavra também é
usada no Chile com o significado de vestido como
palhaço.
Considera, entretanto, catimbó como a mesma palavra, aquela usada pelos
incultos.
Rohan
admite a origem tupy caximbó, hoje grafada cachimbo, com o
significativo de pito.
Nelson
de Senna, porém, demonstra que os dois vocábulos diferem. Há Catimbau e há Catimbó. Em Minas Gerais se conhece o sitio do Catimbau e o sitio
do Catimbó, ambos na mesma região. E analisa o último como caaty mbora - o mato ou planta exala, fenômeno muito conhecido na
vida das plantas. Caatymbora, o mato
desprende vapor, o mato evapora. Pela lei do menor esforço deu-se a queda da
última sílaba, ficando a pronuncia comum catimbó.
Temos,
portanto, dois vocábulos, um tupi de origem certa, outro de origem duvidosa que
é catimbó.
Quem
sabe se a palavra catimbó, na acepção da feitiçaria, baixo espiritismo, não é
mais certa, originária do fumo de alguma planta que se queima para produzir
efeitos narcóticos? Caatimbora, o
mato desprende vapor; por extensão, a fumaça que se desprende do mato.
Que
algum "Mestre Carlos", conhecedor da prática do candomblé nos tire a
dúvida.
Mario
Melo.»
«Chegou ao Recife uma das vítimas de Lampião. Manoel Bezerra
relata à reportagem do DIARIO DE PERNAMBUCO sua dolorosa história - Novas
atrocidades do famigerado bando pelos sertões - Receio dos costeiros - O
roteiro da mata sinistra.
Foi divulgada pelo DIARIO DE
PERNAMBUCO a notícia de que uma das vítimas de Lampião viajaria para esta
capital no trem do horário que vem de Rio Branco. O pobre homem, que fora
barbaramente emasculado pelo facínora, quando visitou a fazenda Catimbau, nos
arredores de Buíque, vinha internar-se num dos hospitais daqui e submeter-se a
um tratamento que lhe conservasse a vida. Sua jornada dolorosa do alto sertão
até aqui, viajando sem o mínimo conforto durante o dia inteiro num carro de
segunda classe, foi alvo de atenção da reportagem desta folha que resolveu,
também, ouvir dos próprios lábios de Manoel Bezerra, o relato da dolorosa
atrocidade. […]»
«Criação de Distritos. A Assembleia Legislativa referendou, ontem,
as seguintes leis: -Lei n. 214, decretada pela Câmara de Vereadores de Buíque,
criando os distritos de Carneiro e Catimbau, naquela comuna. [...]»
«Pesquisador do I.G. visita jazidas de urânio: alto teor.
“Somente com trabalhos de detalhe pelos técnicos do Conselho Nacional de
Energia Nuclear poderão ser avaliadas as possibilidades econômicas da
ocorrência do minério de urânio de Buíque”, declarou ontem nossa reportagem o
prof. A. Júlio D. Gentil, pesquisador do Instituto de Geologia da U.R., que
retornou, à semana passada, de uma excursão àquele município do sertão
pernambucano. Declarou o prof. Gentil que a direção do Instituto, ante as
notícias de existência de minerais radioativos em Pernambuco, tomou a
iniciativa de enviá-lo a Buíque, mesmo antes que o Conselho Nacional de Energia
Nuclear entrasse em contato com o assunto. […]»
«O Nordeste
desenterra a sua história. Um jovem arqueólogo escava a terra de Pernambuco
buscando revelar mistérios do passado.»
«Interesse de matuto leva à descoberta
de jazidas minerais em Buíque. Buíque (Do correspondente) - Onde outrora
existiam algumas casas de palha e poucos roçados, hoje dezenas de caminhões
trafegam incessantemente, transportando grande quantidade de pedras, que à
primeira vista nada representam. Entretanto, a história é longa e teve como
ponto de partida o interesse demonstrado pelo caboclo Sebastião de França
Cavalcanti, que intrigado com as características das rochas procurou o prefeito
João de Godoi Neiva.
Início.
O sr. Cícero Ferreira Ramos, dono de extensa área de terra neste município,
usava aquelas pedras para preparar tinta para sua casa. Certo dia foi abordado
por um amigo, Sebastião de França, que o aconselhou a procurar o Instituto
Tecnológico do Estado. Não deu importância. O amigo voltou a insistir. Atendeu
ao pedido. E após as análises constatou-se que aquelas pedras eram caolim, e do
melhor.
Orientado
pelo prefeito, o sr. Cícero Ferreira dirigiu-se às firmas recifenses,
especializadas na exploração de caolim. E desde então centenas de caminhões são
vistos nas estradas que demandam às minas. As terras onde existem as minas
pertencem à Família Ramos, que reside, em sua maioria, no sítio Catimbau. As
empresas responsáveis pela extração do caulim pagam setenta centavos por
tonelada. Quanto ao frete, as empresas pagam duzentos cruzeiros novos por cada
carga. Em média, um caminhão transporta oito toneladas.»
«Encontrados colares e cerâmicas em
Buíque. Antes de serem desenterradas as ossadas do cemitério indígena
encontrado em Vila Catimbau, no município de Buíque, observou-se uma camada de
folhas, uma de cinzas e outra de pedras, além de pedaços de cerâmica e colares
confeccionados com ossos e dentes de caititu. [...] Dentre os minérios
encontrados figuram o caulim e o cobre. O urânio está sendo estudado por
diversas firmas que pretendem explorá-lo. Conforme pesquisas já realizadas,
esse minério cobre uma extensão de 20 quilômetros quadrados. Existem ainda
camadas de arenito, urânio e gesso.»
«Cresce número de visitantes ao sitio Catimbau
em Buíque. Arcoverde (Do correspondente). Perto de 200 pessoas visitam,
diariamente, o sítio Catimbau, no município do Buíque, para ver os achados
arqueológicos e observar as escavações que estão sendo feitas pelos professores
Marcos Albuquerque e Veleda Lucena.
A
região, que segundo a Empetur, possui uma das mais ricas paisagens do País,
pois se assemelha, em muito, ao Grand
Canyon, nos Estados Unidos, é rica em caolim e possui cavernas com
inscrições milenares.
Nas
pesquisas efetuadas pelos arqueólogos, ficou evidenciado que o local onde se
encontram os fósseis, colares e instrumentos, denomina-se cerimonial, pois, no
sítio em evidência, ocorriam as cerimônias de cremação dos cadáveres.
Os
estudos indicam, ainda, que o nome Catimbau significa cachimbo antigo, ou,
ainda, feitiçaria mal feita.
Pré-históricos.
Os achados do Sítio Catimbau, segundo opinião dos arqueólogos, pertencem a um
cemitério pré-histórico, com mais de mil anos e talvez pertencentes a índios,
anteriores aos tupis-guaranis. Esses povos segundo os estudos, usavam uma
apurada técnica de cremação dos cadáveres, conservando intacta a estrutura
óssea.
Policiamento.
A região de Buíque, por ser riquíssima em aspectos arqueológicos e por ser
ponto de atração turística, no momento, está sendo policiada por nove homens do
3º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, sediado em Arcoverde.
Prosseguimento.
Os estudos prosseguem em ritmo acelerado, tudo fazendo crer que dentro de mais
alguns dias possam dizer, com segurança, quais os habitantes primitivos daquela
região.»
Mais bit.ly/2WrdtlE .
«Fósseis encontrados serão valiosos para
estudos da pré-história do Nordeste. Arcoverde (Correspondente)- Continuam
sendo realizados os trabalhos de escavações no cemitério indígena encontrado na
Vila Catimbau, em Buíque, agora sob a supervisão de um grupo arqueológico sendo
desenterrada ontem uma nova ossada, desta feita de um animal supondo-se até o
momento que se trate de fóssil pré-histórico. [...]»
«Arqueólogo afirma que tribo indígena
viveu há sete mil anos. Arcoverde (Do correspondente) - A arqueóloga Veleda
Lucena, em escavações efetuadas na Serra dos Macacos, situada próxima ao Sítio
Catimbau, no município de Buíque, descobriu desenhos idênticos aos encontrados
nas primeiras pesquisas, tudo fazendo crer que pertencem aos índios Tacaratus,
que habitaram a região há mais de 7 mil anos.
A
ideia de que os caracteres, bem como os objetos encontrados na Serra dos
Macacos, foram feitos há mais de 7 mil anos, encontra principal defensor no sr.
Eraldo Teixeira, funcionário do DNOCS, que foi responsável pelos primeiros
achados.
A
suposição toma aspectos de realidade, ao se descobrir uma inscrição, na Serra
dos Macacos, que faz menção ao número 7680.
Objetos.
Enquanto isso, o arqueólogo Marcos Albuquerque continua suas escavações no
Sítio Catimbau, tendo descoberto, anteontem, vários colares, machados e
instrumentos de caça. No domingo, mais de 500 pessoas visitaram o local.
As
pesquisas, efetuadas agora pelos arqueólogos, abrangem uma área maior, tendo em
vista a descoberta de novos elementos na Serra dos Macacos. Os pesquisadores
estão estudando, no momento, a origem dos achados, bem como a existência da
família dos Tacaratus naquela região.»
«Esqueleto é cimentado para saber sua
origem. Arcoverde (do correspondente). O novo esqueleto, encontrado ontem no
sítio Catimbau, em Buíque, pelos arqueólogos Marcos Albuquerque e Veleda Lucena,
está sendo cimentado, a fim de ser recolhido intacto, com vistas a um estudo
mais detalhado sobre sua origem e tempo de sepultamento.
Os
pesquisadores continuam as escavações tanto no sítio Catimbau, quanto na serra
dos Macacos, ambos no Município do Buíque.
Visitas.
Com as notícias das novas descobertas divulgadas pela imprensa da capital,
várias pessoas têm se deslocado ao Catimbau, a fim de apreciar os trabalhos
desenvolvidos pela equipe de arqueólogos.
Nada
menos de 500 pessoas visitaram, no último domingo, os locais onde estão sendo
feitas as escavações, tendo o 3º Batalhão da Polícia Militar, em Arcoverde,
reforçado o número de soldados enviados a Buíque, a fim de proceder ao
policiamento do local.» Mais: bit.ly/2IGAHzB
«Em Buíque, Pernambuco, foram
descobertas ossadas, inscrições e esculturas que revelam como era o Brasil
primitivo. O Cemitério dos índios que morreram há dois mil anos. "Tenho
certeza que isso é coisa de fenícios no duro", disse Sebastião França, 40
anos, administrador do cemitério de Buíque, sertão pernambucano, ao descobrir
inscrições, pinturas, esculturas e ossadas ao pé da serra do Catimbau, a 13 km
da cidade. Sebastião tinha razão em parte: o achado arqueológico foi calculado
pelos técnicos, como tendo, no mínimo, dois mil anos de idade. Mas não era
coisa de fenícios. O arqueólogo Marcos Albuquerque, da Universidade Federal de
Pernambuco e a equipe que foi ao local estudar a descoberta concluíram que se
tratava de um cemitério de índios que habitaram Buíque há milênios.[...].»
«UFP vai estudar os objetos
arqueológicos encontrados nas escavações de Catimbau.»
«Com a descoberta de fósseis no sítio
Catimbau, município de Buíque, centenas de pessoas deslocam-se, aos sábados e
domingos, àquela localidade, a fim de visitar os achados. A par disso, a beleza
natural da região (assemelha-se ao Grand
Canyon dos Estados Unidos) é algo maravilhoso. Por conta disso, casas de
lanches de Arcoverde abriram filiais em Buíque. Isto é progresso, prefeito João
Godoi.»
«Curiosidade - Em Buíque, na Vila
Catimbau, continuam as escavações em antigo cemitério indígena, sob a
supervisão de arqueólogos brasileiros. E ossadas e mais ossadas são,
repetidamente, encontradas o que leva a equipe da UFP a acreditar haver achado
mais um fóssil pré-histórico. O chefe da equipe, aliás, professor Marcos
Albuquerque, informa que, na região, já foram descobertos desses fósseis com
7.580 anos. Foram descobertos também objetos e utensílios em pedra e várias
furnas onde eram realizados cerimoniais de uma população primitiva. Tudo
ilustrado com inscrições pictográficas e pegtográficas o que torna esses
descobrimentos mais valiosos ainda para o estudo da pré-história do Nordeste
brasileiro.»
«Documentando Catimbau - A região de
Catimbau pertencente ao município de Buíque, vai ser filmada pelo cineasta
Cleto Mergulhão dentro de alguns meses. Catimbau recentemente ocupou espaço nos
jornais quando foram descobertas ossadas humanas, tidas como da era
pré-histórica. O documentário de Cleto, mostrará todos os detalhes.»
«Parque Nacional dos Guararapes. Onde o
Brasil aprendeu a liberdade.[...].»
«Congresso de Botânica. Garanhuns, a
"Suíça pernambucana", será local do XXIII Congresso Nacional da
Sociedade Botânica do Brasil, no período de 16 a 23. Trabalhos científicos,
excursões, conferências e variado programa social constam da agenda do certame.
Aos participantes serão proporcionadas, ainda, excursões ao Catimbau, em Buíque
, e Brejo de Santa Maria ou dos Cavalos, em Caruaru.[...].»
«A região de Catimbau, localizada no
Município do Buíque, neste Estado é sem favor, diz o geógrafo José Patriota
Filho, do INCRA, um dos mais promissores pontos turísticos em potencial do
Nordeste.
A
impressão primeira que tem o visitante ao chegar à área, é de encontrar-se na
região dos "canyons", do velho Oeste norte-americano. Tal semelhança
se deve à fatores morfogênicos, característicos de clima semiáridos, que
modelaram aquele relevo, dando-lhes formas realmente pitorescas. A região,
devido à estas peculiaridades, tem sido visitada por estudiosos, bem como
servido de motivação para aulas práticas dos cursos de Geografia e Geologia das
diversas Universidades da Capital. Para o ano letivo de 1972, vários são os
professores desses cursos que programaram excursões e aulas práticas com
"slides" e pesquisas, a fim de transmitir um melhor conhecimento
local.
Localização.
A Vila do Catimbau dista 13 quilômetros à noroeste de Buíque, localizando-se ao
pé da escarpa da "Cuesta" de arenito da série Bahia-Jatobá, que
constitui "uma extensa mancha cretácea que iniciando-se na cidade pernambucana
de Buíque, estende-se até o Rio São Francisco, em Petrolândia, daí descendo em
direção ao sul, até a cidade baiana de Inhambupe próxima a Salvador.
Clima.
O clima da região é semiárido quente, com temperaturas médias de 15 a 30 graus,
das mínimas e máximas, respectivamente, apresentando grande amplitude térmica
no inverno, provocando a queda de um denso nevoeiro. Os solos pobres da área,
cobertos de poucas culturas de subsistência e a inexistência de animais
silvestres, contrastam com os campos férteis circundantes, onde a caça e a
pesca eram fáceis e abundantes.
Aspectos
socioeconômicos. A partir da pesquisa feita, diz o citado geógrafo do INCRA,
ficou constatado que 11,1% da população frequentam escola e que a agricultura
se constitui na principal atividade da mesma.
Do
total de 2.086 hab., apenas 232 (11,1%) frequentam as Escolas existentes -
todas de responsabilidade do Município, apenas funcionando uma turma sob a
orientação do Estado.
A
economia da área tem a sua base voltada para a exploração agrícola,
destacando-se o cultivo de algodão, mandioca, feijão e milho como as principais
atividades.
Grande
parte desta produção se destina ao auto abastecimento, sendo feita a
comercialização do restante para o Município de Buíque.»
«Comissão já elabora programa para o I
Encontro de Turismo. Garanhuns (Da Regional)- Já está pronto o programa do I
Encontro de Turismo do Agreste Meridional de Pernambuco, promoção da Comissão
do Desenvolvimento do Agreste Meridional - Codeam; Empresa de Turismo de
Pernambuco - Empetur; Tavares Correia SA e Prefeitura Municipal de Garanhuns,
visando o ordenamento turístico da região.[...] Durante a realização do
Seminário serão realizadas visitas a diversos pontos turísticos, destacando-se
a Pedra Furada, em Venturosa; as Cavernas de Catimbau, em Buíque, e locais em
Águas Belas e Bom Conselho.»
«Visita a Bom Conselho e Águas Belas vai
encerrar I Encontro de Turismo. [...] Visitas foram efetuadas nos locais
turísticos de Pedra Furada (Venturosa) e Catimbau, em Buíque. [...]»
«Turismo no interior. [...] A localidade
apresenta inúmeras opções, destacando-se os índios fulniôs de Águas Belas e a
cachoeira de Inhumas, entre as principais atrações, assim como o Catimbau, a
Pedra Furada e Correntes. [...].»
«Buíque, município localizado a 280
quilômetros do Recife (pela BR232 e PE-270), tem animada festa no seu clube
social, com forró, casamento matuto, comidas e bebidas da época. Uma atração para
os visitantes são as grutas de Catimbau.»
«Visita
- O prefeito Blesman Modesto de Albuquerque esteve em visita na Secretaria de
Turismo, Cultura e Esportes comunicando a realização, em Buíque, de 7 a 11 de
outubro, da Semana de Cultura.
Solicitou, ainda, apoio do secretário Francisco
Bandeira de Mello para obras nas áreas do Catimbau, considerada uma das mais
importantes reservas arqueológicas brasileiras.»
«Cultura. Buíque. Teve início no dia 7
deste mês a I Semana Cultural de Buíque com intensa programação que inclui
excursão ao Catimbau coordenada pelo arqueólogo Mário [Marcos] Albuquerque,
professor da Universidade Federal de Pernambuco; a tribo Capinauá com exibição
do Toré; exposições de peças antigas e plantas ornamentais, desfile das escolas
com o tema: "Buíque e sua História" e aposição da placa na casa onde
viveu a infância o escritor Graciliano Ramos. A promoção da SE/PE, através do
Departamento Regional de Educação de Arcoverde, tem o apoio da Prefeitura
Municipal de Buíque pelo seu titular, Blesman Modesto de Albuquerque.»
«Pernambuco
tem deserto de 25 mil km2 [...]. Lembra Ismael Gouveia que outra área que se
destaca no Estado de Pernambuco em termos de preservação é a Serra do Catimbau,
em Buíque, onde chegou-se a cogitar da implantação de um Parque Nacional. Esta
área, além da riqueza de sua cobertura vegetal, destaca-se pelas suas formações
rochosas, uma das mais bonitas do Estado e pelos restos arqueológicos
encontrados em suas inúmeras cavernas, onde, nas proximidades, existem dois
lagos, sendo um de água doce e outro de água salgada e uma infinidade de aves e
animais.[...]»
«Descoberto
aldeamento com 5 mil anos. O mais antigo aldeamento pré-histórico do Nordeste
do Brasil está localizado na serra do Catimbau, no município de Buíque, sertão
pernambucano, e acredita-se que o sítio tenha sido formado há cinco mil anos,
revelou o arqueólogo Marcos Albuquerque, chefe da equipe do Laboratório de
Arqueologia do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal de
Pernambuco. Ele é responsável pela descoberta de tão importante resíduo
cultural da fase pré-cabraliana do passado brasileiro.
A duração
exata do aldeamento da serra do Catimbau somente poderá ser fixada, em termos
mais precisos - disse o professor Marcos Albuquerque - depois de concluídos os
exames do material coletado no sítio de Buíque.
Os exames, através do processo de rádio carbono 14, estão sendo feitos
em Salvador e, possivelmente, nos fins de fevereiro, o laboratório que realiza
as análises deverá anunciar as suas conclusões.
Datação.
Entretanto, o professor Marcos Albuquerque informa que o aldeamento pré-histórico
da serra do Catimbau tem possivelmente de três a cinco mil anos de existência,
de acordo com as análises preliminares que a equipe, sob a sua orientação,
realizou logo após a descoberta do acervo arqueológico. "Esse achado terá
grande importância nos estudos do passado arqueológico do Nordeste
brasileiro", comentou o professor Marcos Albuquerque.
A equipe
chefiada pelo jovem pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco é
integrada pelas arqueólogas Sueli Luna, Ana Nascimento, Cláudia Alves, Silvia
Andrade Lima e Claristela Alves.
O professor
Marcos Albuquerque, ex-diretor do Departamento Cultural da UFP, dedica-se aos
estudos arqueológicos do passado nordestino desde os anos 60 e é responsável
por importantes descobertas nesse campo. Foi ele quem realizou os trabalhos de
prospecção arqueológica dos montes Guararapes [ver bit.ly/2K57tgG]
localizando importante material de guerra
deixado pelos holandeses, após as campanhas contra o domínio flamengo nesta
parte do Brasil. Esse material encontra-se hoje sob a guarda da Universidade
Federal de Pernambuco e integrará o acervo de um futuro Museu Arqueológico.
O professor
Marcos Albuquerque, antigo assistente de pesquisas do Instituto Joaquim Nabuco,
fez estudos especializados na França, Portugal, Espanha e Argentina,
participando de congressos e seminários sobre a especialidade. Hoje é um dos
mais respeitados arqueólogos brasileiros.
Tupi-guarani.
Outra importante e também recente descoberta do professor Marcos Albuquerque e
sua esquipe foi a localização de uma aldeia pré-histórica, pertencente ao
complexo cultural tupi-guarani, em Pau Ferro, distrito de São Lourenço da Mata.
Esse aldeamento de Pau Ferro, segundo o professor Marcos Albuquerque, tem de
mil a mil e duzentos anos de existência. "A aldeia de Pau Ferro é composta
por um conjunto de seis casas, distribuídas em forma circular", revela o
arqueólogo pernambucano, informando ainda que das escavações realizadas naquela
localidade foram descobertos vários outros materiais arqueológicos, destacando,
entre eles, cerâmica decorativa, peças de sílex e marcos de estacas. "Essa
descoberta - comenta o professor Marcos Albuquerque - veio enriquecer
consideravelmente os estudos sobre os hábitos do grupo tupi-guarani, fornecendo
um vasto material para uma melhor compreensão da pré-história do
Nordeste".
Com base
nessas descobertas e no material coletado, o professor Marcos Albuquerque
elaborará futuramente um amplo mapa dos diversos grupos culturais
pré-históricos que passaram pelo Nordeste brasileiro, em movimento migratório,
do Sul para o Norte do Brasil, estabelecendo assim um rico painel dos fluxos
culturais de grupos pré-cabralinos, que deixaram, em várias partes desta
região, os sinais de sua passagem, agora detectada pelas pesquisas do professor
Marcos Albuquerque.» Mais bit.ly/2WqChdA .
«Restos
humanos com mais de 6.500 anos. Os restos humanos e peças funerárias de cultura
pré-colombiana achados na Serra do Catimbau, no município pernambucano de
Buíque, pelo arqueólogo Marcos Albuquerque, da Universidade Federal de
Pernambuco, e sua equipe, tem 6.640 anos de existência, revelaram os testes de
rádio carbono 14 realizados pelo Laboratório de Física Nuclear Aplicada da
Universidade Federal da Bahia. Os testes de rádio carbono com amostras das
descobertas da Serra do Catimbau foram orientados pelo professor Clemiro Ferreira,
chefe do Laboratório de Física Nuclear da Universidade baiana.
O
Laboratório de Arqueologia do Centro de Ciências Humanas da Universidade
Federal de Pernambuco, dirigido pelo professor Marcos Albuquerque, responsável
pelas descobertas de Buíque, empreende atualmente análise arqueológica do
material encontrado na Serra do Catimbau. A equipe dirigida pelo professor
Marcos Albuquerque é integrada por Suely Lunam Ana Nascimento, Cláudia Alves,
Silvia Andrade Lima e Claristella Alves.
O arqueólogo
Marcos Albuquerque, explicando os trabalhos da descoberta do aldeamento
pré-colombiano da Serra do Catimbau, informou que foram encontradas urnas
funerárias e peças talhadas em pedra naquele sitio pré-histórico.
"Trata-se de um grupo pré-histórico arcaico, habitante de caverna e que
não conhecia ainda a cerâmica e, provavelmente, não praticava a
agricultura", esclareceu o professor Marcos Albuquerque, adiantando que
"essa descoberta no município de Buíque vem contribuir para um maior
conhecimento dos padrões de povoamento adotados pelos grupos pré-históricos do
Nordeste do Brasil."
A equipe do
arqueólogo Marcos Albuquerque retornará brevemente à Serra do Catimbau, a fim
de dar continuidade aos trabalhos de prospecção da área, onde estão localizadas
outras cavernas, cuja idade foi datada pelo Laboratório de Física Nuclear
Aplicada da Universidade Federal da Bahia, a pedido do arqueólogo pernambucano,
que se dedica a esses estudos há mais de 15 anos.
O arqueólogo
Marcos Albuquerque é responsável, ao longo desses anos, por importantes
descobertas de vestígios de culturas pré-históricas no Nordeste brasileiro. Ele
pretende, com base nessas descobertas, fixar um amplo roteiro dos fluxos
migratórios ocorridos em épocas anteriores ao descobrimento do Brasil pelos
colonizadores europeus.
Coube também
ao arqueólogo a descoberta de um sítio histórico em Tejucopapo, onde valiosas
peças foram encontradas após várias semanas de escavações. Canhões, balas e
objetos domésticos ali achados serviram para esclarecer detalhes da luta
travada no local entre pernambucanos e holandeses, com a participação de grande
número de mulheres.»
«[…] Dentre as atrações, constam: a feira de Caruaru e o
clima gostoso de Gravatá; Fazenda Nova, com o Parque das Esculturas Monumentais
e Nova Jerusalém; as serestas de Arcoverde ou um picnic na Serra do Catimbau,
˜famosa depois da descoberta de um cemitério indígena”.»
«Turismo & Lazer. Cenário de lagos,
bicas e grutas. Diversão e história na Serra do Catimbau. Há um quê de mistério
sobre a Serra do Catimbau, uma região considerada o segundo maior parque
arqueológico do Brasil - o primeiro fica em Lagoa Santa, Minas Gerais -,
situada no município do Buíque, a 235 quilômetros do Recife. É um complexo de
serras, vales e arenitos que reservam as mais variadas surpresas ao visitante,
como inscrições rupestres que lembram inscrições feitas pelos persas,
cemitérios indígenas que remontam há séculos e muitas lendas contadas pelos
próprios moradores do local. Mas todo esse cenário começou agora a ser visto
com maior atenção pelos estudiosos. [...].»
24-05-1993 - Jornal do Commercio , bit.ly/2MzDXBS - Estudo mostra vida no Sertão há 6 mil anos.
Alunos de segundo grau do Colégio Cardeal, de Arcoverde, vão mostrar, amanhã e
depois, na Feira de Ciências, preparatória para a Reunião da SBPC (em julho, no
Recife), uma pesquisa sobre o sítio arqueológico do Catimbau, perto de Buíque,
no sertão pernambucano. Eles vão comparar a vida dos habitantes do lugar há 6
mil anos com a dos caboclos de hoje.»
«Arqueologia – riqueza a explorar. [...] ou em Catimbau (Buíque), onde até
barzinhos foram instalados nas proximidades da área que estava sendo explorada
pelo arqueólogo. "As pessoas sentem uma irresistível atração por achados,
tenho certeza". Enquanto isso em Pernambuco - continua - nenhum ponto
descoberto foi aproveitado pelo turismo. [...]»
«Buíque. Patrimônio agredido. Desenhos
feitos no Parque do Catimbau por grupos que viveram na área há mais de seis mil
anos foram cobertos com tinta a óleo. [...]»
1996 - Clio Série arqueológica.
O Sítio arqueológico Alcobaça, Buíque - Pernambuco: primeiros resultados. bit.ly/2WYj5YP
2005 - As pinturas rupestres do SÍtio
Alcobaça, Buíque-PE no contexto da Tradição Agreste. bit.ly/2WBx2fS
2009 - Estudo arqueobotânico dos restos
alimentares silvestres do sítio arqueológico Alcobaça, Buíque-PE. bit.ly/2wINMCO
«Reconhecimento
arqueológico na região do Catimbau: prospecção, geoprocessamento e
estratigrafias no contexto arqueológico. Artigo que apresenta a articulação de áreas do
conhecimento visando um objetivo comum: uma discussão que envolve ocupação
humana antiga.»
«Criado em 22 de agosto de 2002, o
Parque Nacional do Catimbau, está localizado no estado de Pernambuco, e tem o
objetivo de preservação os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica
e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de
recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.»
«Diagnóstico micológico em áreas nativas
e antropizadas do Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil.»
«O imponente cenário da pré-história do
Nordeste.»
«Memória. Identidade e patrimônio
arqueológico: um estudo sobre as lembranças dos velhos da vila do Catimbau,
Buíque-PE. [...]
Os resultados indicam que não existe uma relação identitária com o patrimônio
arqueológico, mas com eventos cotidianos e relacionados com as atividades de
trabalho que conduziam esses moradores aos espaços dos sítios arqueológicos.»
«Associativismo em áreas protegidas:
restrições e possibilidades na experiência dos guias de turismo do Catimbau,
Pernambuco. Este trabalho analisa a dinâmica organizacional instituída pela
Associação de Guias do Turismo e do Desenvolvimento do Parque Nacional do
Catimbau (AGTURC), em Pernambuco, como forma de estruturação da atividade
turística em torno deste parque.[...]»
2017 - Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém.
bit.ly/2XChXaK. «Sítios com pinturas
rupestres em Buíque, Venturosa e Pedra, Pernambuco, Brasil, no contexto da
geopaisagem.»
VÍDEOS
16-07-2012 - Parque do Catimbau preserva pré-história
e biodiversidade da Caatinga - TV Cultura bit.ly/2IA5tK6
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