Cruzeiro de Arcoverde

JORNAL DE ARCOVERDE – Janeiro/Fevereiro de 2020 – pág.7

Cruzeiro de Arcoverde



Pedro Salviano Filho

O tradicional Serrote Cruzeiro sempre foi um importante ponto turístico de Arcoverde, área de contemplação e até observação do crescimento do povoado desde os primórdios. Ali, às margens do Riacho do Mel, surgiram as primeiras casas e a primeira rua (Rua Velha ou Rua Leonardo Couto) desde os topônimos Olho d’Água (1812-1856), Olho d’Água dos Bredos (1856-1912), Rio Branco (1912-1943) e, finalmente, Arcoverde (a partir de 1 janeiro de 1944, https://bit.ly/36KmHjU ).
O privilegiado local tornou-se naturalmente usado para documentação fotográfica do nosso município. E desde o início do século passado ganhou um símbolo cristão. Uma cruz de madeira que, na metade daquele século, foi substituída pelo concreto.
O crescimento da cidade já engoliu praticamente este monumento natural. Agora estão o serrote Retiro e a Serra Caiçara (fotos também apresentadas em https://bit.ly/2yMxCNm) que confrontam a Serra da Aldeia Velha. 
Também no Cruzeiro (Street view bit.ly/2umYlOr ), no bairro Sucupira,  foi criado o já famoso Samba de Coco de Arcoverde (rua José de Siqueira Brito, 170 (Street view de maio de 2012 bit.ly/2SzXTUO ), manifestação artística internacionalmente conhecida.
Vídeo com passeio em drone sobre o Cruzeiro, 2019 – web:  bit.ly/31Avjad .



Foto pouco conhecida, obtida provavelmente ao nível da linha férrea, rua Zeferino Galvão, próximo ao Beco do Bacurau. Além da cruz de madeira implantada no meio do serrote, destaca-se à direita, um frondoso umbuzeiro junto à “Vila Almerinda”. Já na metade do século passado, no Alto do Cruzeiro, teve início a hoje conhecida manifestação cultural “Samba de Coco Raízes de Arcoverde”. (Ver bit.ly/2SoSHmS  e  bit.ly/3bksm1O ).

Minha Cidade, Minha Saudade. Rio Branco (Arcoverde) Reminiscências. Recife, 1972. Luís Wilson. Pág. 146.

«Em 1919, “seu” Sálvio, que, até então, morava com dona Almerinda e os filhos, nos fundos de sua casa de negócio, “O Amigo do Matuto”, construiu, no Alto do Cruzeiro (lado direito), a “Vila Almerinda”, e para lá mudou-se com a família. Era, até 1940, a residência, talvez, mais aprazível de Rio Branco.

A casa era um chalé grande, pintado de amarelo, com 4 ou 5 janelas de frente e todo cercado de alpendre. Em um dos lados da “Vila Almerinda” havia um pé de umbu. […] 
Atrás do chalé de Sálvio ficava o Serrote Retiro. Houve uma época em que Rio Branco ficava situada no vale formado, de um lado, pela Serra da Aldeia Velha e, do outro, pelos Serrotes Retiro e Cruzeiro. Hoje a cidade subiu a Serra da Aldeia Velha e os Serrotes. A Estrada de Rodagem Central do Estado corta, agora, a Serra da Caiçara aos pés da qual está Arcoverde.»

Ícones. Patrimônio Cultural de Arcoverde. Roberto Moraes, 2008. Pág. 105

Prédio onde funcionou a Escola Da. Laura Rabelo. Ao fundo o Serrote do Cruzeiro, ainda ostentando sua cruz de madeira.

Em 1962, por ocasião da formatura do Curso Ginasial do Cardeal Arcoverde, a turma do autor fez o registro no Cruzeiro, cuja foto é também recuperada e mostrada junto a várias outras panorâmicas de Arcoverde, colorizadas.
Em maio de 1962, alguns alunos, concluintes do Ginásio Cardeal Arcoverde, foram ao tradicional ponto turístico e registraram em foto aquele momento que atualmente é a imagem do perfil do grupo whatsapp GCA 1962, hoje com a participação de muitos colegas espalhados pelo Brasil. Ver também https://bit.ly/2zGSFkQ e https://bit.ly/2Xej56z.


1-Manoel Modesto de Albuquerque Neto, 2-Hélio Amaral de Melo, 3-José Giovanni Bezerra Galindo, 4-Antonio Olímpio Filho, 5-Antonio Francisco Moreno, 6-Pedro Salviano Filho, 7-Gilson Falcão Farias, 8-José Renê Curvello Sampaio,  9-José Carlos de Lira Fernandes, 10-João Cordeiro Filho.
O Município de Arcoverde - Teófanes Chaves Ribeiro, 1961. Pág. 10: «A cidade, cujo traçado é bastante irregular, está situada em um vale formado pela serra da Aldeia Velha, ao norte, e ao sul pelos serrotes do Retiro e do Cruzeiro. Este último é um dos pontos de atração citadinos, sendo muito frequentado aos domingos, por oferecer um belo e complexo panorama dos quadros urbano e suburbano.»

Município de Arcoverde (Rio Branco). Cronologia e outras Notas). Luís Wilson. Recife, 1982. Pág. 190

«1959 - Nossa impressão é de que ainda naquele ano é colocado no Alto do Cruzeiro sua atual cruz de “cimento armado”, iluminada. “CRUZ DO ALTO DO CRUZEIRO”. Os Srs. Noé Bezerra de Carvalho (do doce) e Mário Napoleão (Mário Caboré) estão empenhados na campanha de colocar no morro uma cruz de cimento armado, com pontos luminosos. Estão solicitando dos cristãos de Arcoverde que colaborem, enviando donativos para a Avenida João Pessoa, 423 (“Ponto Certo”, de Caboré). Para esclarecimento das pessoas que desejam auxiliar a campanha da construção da cruz informam que a mesma está orçada em Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros) e que já estão em entendimento com a firma Mendes, Campos Ltda., para confecção da obra.»


Ícones. Patrimônio Cultural de Arcoverde. Roberto Moraes, 2008. Pág. 97
«Em 1901, Pedro Pacheco de Melo instalou uma cruz de madeira no “Serrote”, ficando conhecido assim, como o “Cruzeiro”. Em 1959, Mário Napoleão Arcoverde (falecido em 06/07/1966, irmão de Antônio Napoleão, que foi prefeito em 1935), substituiu a mesma por uma cruz de concreto armado, que permanece até hoje, iluminada e bem visível.
Em 11/02/1986, falecia Ivo Lopes de Lima, vereador em 1973. Figura que se destacou por ter difundido a notável e tradicional “dança do coco”, ramificada por toda a região. Ivo, nascido em 31/05/1931, está perpetuado através do trabalho dos seus familiares.
O “Coco Raízes de Arcoverde”, conhecido nacional e internacionalmente, foi fundado em 1944, no Alto do Cruzeiro, pelos irmãos Calixto.»

Fotos panorâmicas, colorizadas, obtidas no Cruzeiro, na década de 50 do século passado. Algumas vistas panorâmicas de Rio Branco de 1925 foram mostradas em https://bit.ly/2TPr6MS.  As legendas destas fotos abaixo foram obtidas gentilmente do Sr. Antônio Francisco Moreno. Sobre esta foto  ele diz:  “Bem abaixo nota-se a Rua Leonardo José Guimarães,  Rua da  Celpe. O terreno vago é onde foi construída a sede regional da Celpe, tendo ao lado (de fundos,  com duas portas pequenas)  um grupo escolar municipal.  Avançando mais a vista aparece o Riacho do Mel. Veja do lado direito o quintal da residência do Dr.Luiz Coelho e o Hotel Majestic, ainda bem modesto. Acima deparamos com o Colégio Imaculada Conceição e muita mata. Opino que a foto é da metade dos anos 50.”




“Esta imagem foca mais a cidade alta. Avistamos a Sanbra , a Cia. Comercial J. Freitas  (Ford), parte do novo prédio do Colégio Carlos Rios, torre da Igreja do Livramento (canto superior direito), parte dos prédios do açougue e mercado da farinha etc.  O Ginásio Cardeal Arcoverde está encoberto pela Sanbra. A foto deve ser do final da década de 50 e início dos anos 60 pois o novo prédio do Carlos Rios foi desta época.” (ver https://bit.ly/2Mdvn8E).



“Esta imagem mostra a Rua Velha (Rua Leonardo Couto) com terreno do lado esquerdo vizinho à casa do Sr. Manias  (pai do nosso colega Giovanni ) e terreno do lado direito da Fábrica Bitury, do Sr. Zé Leite. Elevando-se a vista aparece a Av. Antônio Japiassu sem nenhum prédio de importância, a não ser o Majestic (quase no centro da foto). Mais acima a Rua da Linha  (Zeferino Galvão) e a rodagem  (Av. Pedro ll). Olhando-se para a direita notamos os fundos do cine Rio Branco e vegetação onde viria a surgir a Rua Mário Melo. Acho que é do início dos anos 50 pois não apresenta o prédio do Colégio Imaculada.”


“Do lado esquerdo a velha casa de Sálvio Napoleão,  cine Bandeirante,  Banco do Povo, Ponte do Beco de Buíque,  açougue e mercado da farinha,  J. Freitas.”

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