Prefeitura Municipal de Arcoverde



JORNAL DE ARCOVERDE n.301 – Janeiro/Fevereiro de 2018

Prefeitura Municipal de Arcoverde

Por Pedro Salviano Filho


A posse do primeiro prefeito eleito do município de Rio Branco (3º topônimo de Arcoverde), sr. Antonio Japiassu, ocorreu no dia 15 de novembro de 1928, no primeiro paço municipal, no local onde depois foi a Sorveteria Caboré.
Inaugurado em 7 de setembro de 1941, o segundo paço municipal se localizava na mesma avenida, hoje av. Antonio Japiassu, e contou com a presença do então interventor federal em Pernambuco, Agamenon Magalhães.
Já o prédio atual da Prefeitura de Arcoverde foi inaugurado em 30 de janeiro de 1977, quando o sr. Arlindo Pacheco finalizava seu mandato de prefeito de Arcoverde.
Procurando esclarecer sobre onde, como e quando funcionou a Prefeitura Municipal de Arcoverde nesses quase 90 anos, mostramos para os leitores desta coluna novos aspectos deste assunto pouco estudado.

Localizada na hoje av. Antonio Japiassu, a primeira prefeitura ficava ao lado de uma padaria (ver foto acima) e onde posteriormente funcionou a sorveteria “Caboré” e atualmente funciona uma livraria (ver texto e fotos abaixo). No livro Ícones. Patrimônio Cultural de Arcoverde, Roberto Moraes, Recife, 2008, pág. 66, está a primeira foto acima com a legenda: «Em 1935, em frente ao prédio da Prefeitura Municipal acontecia o primeiro exame de motoristas. Presentes o prefeito Antônio Napoleão Arcoverde, inspetor, coronel, capitão e demais autoridades[...].».


A Sorveteria Caboré pertenceu a Mário “Caboré” Arcoverde, que a adquiriu de João Rafael em 1945, e se localizava entre a Casa Sálvio Napoleão e a Padaria Confiança. Hoje o local é ocupado pela livraria “Grafite”. (Foto abaixo, do Jornal de Arcoverde, janeiro 2018).


Sobre o primeiro Paço Municipal:
Inauguração em 15 de novembro de 1928. Esta coluna já apresentou informações sobre a posse do primeiro prefeito eleito em https://bit.ly/2NpTvFN.
1928 - A Provincia, edição 270, do dia 21 de novembro de 1928, na página 2, goo.gl/ORD5rX , 5ª col. aparece a cobertura jornalística do evento: «Tiveram muito brilho as festas realizadas, nesta cidade, não só para comemorar a data da proclamação da República como para solenizar a posse da sua primeira administração. A posse foi solene no edifício do Paço Municipal perante seleta assistência. Presidiu o ato o juiz municipal de Pesqueira que empossou o prefeito e conselheiros. Às 17 horas efetuou-se a passeata escolar.[...]». No dia seguinte o mesmo jornal mostra mais detalhes: goo.gl/1d9DUs , 4ª col.: “Podemos hoje dar mais pormenores sobre as festas comemorativas do dia 15 de novembro, nesta cidade, em adiantamento à correspondência de ontem. Às 5 horas da manhã após a alvorada tocada pela banda musical, teve início a parada escolar tomando parte perto de cem crianças. Ao meio dia teve lugar a posse do coronel Antônio Japiassu para prefeito do novo município. O Paço Municipal estava repleto do que havia do mais distinto na sociedade riobranquense e demais cidades limítrofes. O coronel Japiassu deu ingresso no recinto ladeado pelo deputado Dr. Gilberto Fraga Rocha, Dr. Carneiro Leão, sr. Caetano Manoel e todos os conselheiros, sendo carinhosamente recebido pela assistência. Em seguida prestam o compromisso legal sendo o ato presidido pelo Dr. Zacarias dos Santos, juiz municipal de Pesqueira. às 7 horas da noite realizou-se o banquete oferecido ao coronel Japiassu pelos seus amigos, no hotel "Bolleiro", que estava ornamentado e feericamente iluminado. [...] À noite realizou-se animado baile no Paço Municipal, que estava interno e exteriormente iluminado, prolongando-se as danças até alta madrugada [...].»
1935 – Correio da Manhã, 05-09-1935- tinyurl.com/y76yospc, 5ª col. As programações das comemorações cívicas sempre tinham início na frente da Prefeitura Municipal. Como exemplo, as intensas atividades festivas dos dias 7 e 11 de setembro podem ser avaliadas na edição do Diário da Manhã, de 1935.

Arcoverde-História político  administrativa. 1995. Sebastião Calado Bastos. Brasília-DF.Pág. 74: «Ainda na administração do dr. Coelho foi adquirido na artéria principal um prédio (que posteriormente viria a ser a Sorveteria Caboré) que recebeu adaptações para funcionar como sede da Prefeitura. [...]»

Minha cidade, minha saudade. Rio Branco (Arcoverde). Reminiscências. 1972. Luís Wilson. pág.471.
1937 – O Combate – 30-05-1937. [...]«As audiências cíveis no Juízo de Direito desta Comarca e do Juízo de Órfãos realizam-se às sextas-feiras pelas 14 horas no Edifício da Prefeitura Municipal. As da Provedoria e Feitos da Fazenda Estadual e Municipal serão dadas às terças-feiras, às mesmas horas e no mesmo local.
A Prefeitura Municipal de Rio Branco, naquela época, ficava no prédio de duas portas de frente, entre a “Casa Sálvio Napoleão” e a “Padaria Caprichosa”, de Mário Caboré”.

A segunda sede da Prefeitura Municipal:


1936 - Diario da Manhã – 13-09-1936 – 6ª col. PLANTA TOPOGRÁFICA RIO BRANCO
Nesta planta podemos observar que, apesar do grande desenvolvimento que vivia Rio Branco, ainda era pequena a nova cidade. O Riacho do Mel ladeava as poucas avenidas e ruas, como bem confirmam as fotos daqueles anos 30.

O destaque acima de uma foto de 1933 do livro Minha cidade, minha saudade. Rio Branco (Arcoverde). Reminiscências. 1972. Luís Wilson, pág. 323, mostra no 3º prédio à esquerda, na esquina, então açougue público municipal (hoje ACA – Associação Comercial e Empresarial de Arcoverde, ao lado da câmara municipal goo.gl/maps/f7jaK), e, na esquina oposta, na praça do livramento, as três casas adquiridas em 1938 na gestão do prefeito Delmiro Freire, para futuro edifício da prefeitura municipal. Ao fundo destas, as duas torres da antiga igreja do Livramento.

1938 - Diario da Manhã, 11-10-1938, tinyurl.com/y88vzkzw, 6ª col. «De Rio Branco - Tenho satisfação de comunicar vossência acabo efetuar pagamento desapropriação grupo três casas rua principal cidade valor 4:000$000 as quais serão demolidas a fim de ser no local construído Paço Municipal cuja obra tenho objetivo iniciar brevemente. (a) Delmiro Freire, prefeito.»

1939 - Diario do Estado - 14-11-1939, bit.ly/1E200jj ,1ª col.: «Inauguração de bueiro de 22 m ligando a rua Padre Roma com prç. João Pessoa e escola Cardeal Arcoverde recentemente construída bem como assentamento da pedra fundamental do futuro edifício da Prefeitura Municipal, Tenente Olímpio Marques, prefeito.»

1940Diario da Manhã – 01-08-1940, tinyurl.com/yc7koztp , 3ª col. «Interventor Agamenon Magalhães (foto dos eleitos)… “A tarde, prosseguirá viagem até Rio Branco onde inspecionará as obras de construção do prédio destinado ao Paço Municipal.»
Diario de Pernambuco - 3-08-1940: goo.gl/xrDjVz ,  col. Mesma notícia acima.



1941 - A Manhã (RJ), 07-09-1941  - goo.gl/bV89Qb , 2ª col.: “O interventor Agamenon Magalhães inaugura em Rio Branco o Paço Municipal.” Mais: 10-09-1941, goo.gl/dXlGpp , 1ª col.
Minha cidade, minha saudade. Rio Branco (Arcoverde). Reminiscências. 1972. Luís Wilson. Pág. 400. «João Rafael  em 1945, vendeu o “Ponto Certo” a Mário Caboré [...].»



Em frente ao caminhão, que aparece nesta foto, está o açougue público inaugurado em 1925 (na atualidade goo.gl/maps/f7jaK - ver também edição anterior: https://bit.ly/2NnwovJ ), em frente “à rua que vai para Buíque”.  Foto do acervo O. e C. Neves, por cortesia do Sr. Carlos Carvalho (Recife).


No canto esquerdo aparece pequena parte do açougue público, na outra esquina a PMA, ainda sem quiosques (ver imagem abaixo). Paralelamente à av. Antonio Japiassu, algumas casas na rua Zeferino Galvão. Foto do acervo O. e C. Neves, por cortesia do Sr. Carlos Carvalho (Recife).




Arcoverde-História político  administrativa. 1995. Sebastião Calado Bastos. Brasília-DF.Pág.103
«O tenente Olímpio Marques de Oliveira, que esteve à frente do executivo de 25 de maio de 1939 a 22 de setembro de 1943, realizou muitas obras. […] No seu segundo ano de governo, foi alienado o patamar da igreja de Nossa Senhora do Livramento para construção de um prédio de dois pavimentos, para abrigar a prefeitura e o fórum, edificação que serviu de sede ao Poder Executivo Municipal até a administração  Arlindo Pacheco. A proposta de alienação, de início, sofreu grande resistência por parte do Pe. Luiz Wanderley Simões (1915-   ) e dos Vicentinos, pois argumentavam que a construção de um prédio ali tiraria a vista da igreja. Mas, finalmente, igreja e prefeitura chegaram a um acordo.»
Pág. 141 - «[…] A Escola Monsenhor Fabrício - apesar de muitas informações em contrário - pertencia à Prefeitura. Quando o tenente Olímpio, como prefeito, resolveu construir o prédio da prefeitura ao lado da igreja de Nossa Senhora do Livramento, propôs a troca da escola pelo espaço contíguo à igreja. De início houve muita resistência por parte dos Vicentinos. Porém, após alguns entendimentos, aconteceu a permuta. Essa permuta, por delegação do Vaticano, foi assinada pelo Pe. Luiz Wanderley Simões, representando a Igreja. Tal documento foi entregue ao Pe. Luiz como souvenir, pouco tempo antes da morte desse clérigo, por Murilo Lira.»

O prédio da segunda prefeitura estava cedido à Secretaria de Desenvolvimento do Governo do Estado para funcionamento da Agência do Trabalho e em fevereiro de 2017 houve um incêndio, ficando desativado desde então. Foto Jornal de Arcoverde, janeiro 2018.



O terceiro (e atual) prédio da Prefeitura Municipal de Arcoverde:
Arcoverde-História político  administrativa. 1995. Sebastião Calado Bastos. Brasília-DF.Pág.184 - «Arlindo Pacheco, como prefeito, construiu o novo prédio da prefeitura na avenida Pinto de Campos.»

1976 - Diario de Pernambuco - 25-12-1976, goo.gl/6bRdmc , 6ª  col. «O Palácio Municipal já em fase de conclusão. Deverá ser inaugurado pelo atual prefeito, capitão Arlindo Pacheco de Albuquerque.»

1977 Diario de Pernambuco -  30-01-1977 - goo.gl/sNTYKq   col. «O novo Palácio Municipal foi inaugurado pelo prefeito Arlindo Pacheco de Albuquerque.»

No dia 31 de janeiro de 1977 teve posse o sr. Áureo Bradley e seu mandato foi prorrogado até 31 de janeiro de 1983.

O atual prédio da Prefeitura Municipal de Arcoverde se localiza na rua Cap. Arlindo Pacheco de Albuquerque, 88. Centro. (Foto Jornal de Arcoverde, janeiro 2018).


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