Largo 13 de maio, atual Largo Prefeito Antônio Franklin Cordeiro


 

Largo 13 de maio, atual Largo Prefeito Antônio Franklin Cordeiro

Pedro Salviano Filho


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Durante muitos anos o Largo 13 de maio “dividia” a cidade. Na parte nova, então chamada “Cidade Alta”, cresciam novas edificações (cinema, casas comerciais, bancos etc.). 
O Largo (“Área onde desembocam várias ruas”) já consta em documento desde o desenvolvimento da povoação. Nas primeiras Feiras de Gado, era pelo Largo que passavam as reses, que se espalhavam até a igreja matriz N.S. Livramento e beco de Buíque, quando então eram comercializadas (ver bit.ly/2K1vgw5 ).
Ali, ao lado do Largo, quando da implantação da estação ferroviária (inaugurada em 1912 : bit.ly/2xkBXGW ) construíram-se trilhos que permitiam as necessárias manobras das composições férreas. A mencionada área, conhecida como triângulo, ainda revela alguns trilhos que, aos poucos, vão sendo escondidos pelo asfalto. Próximo de lá foi estabelecido o segundo cemitério, depois desativado (ver bit.ly/34tHx5G ).
Além de bombas de gasolina, ali também teve início o funcionamento de uma agência de ônibus, que, em 1979, foi transferida para o Terminal Rodoviário de Arcoverde.
Na gestão do prefeito Antônio Franklin (1963-1969 – ver planilha bit.ly/2K5AhUh ) construiu-se uma área de espera, com bancos, que proporcionava encontro de várias pessoas que ali se sentavam a discutirem assuntos diversos (inclusive política). O Jornal de Arcoverde divulgou o local como “Senadinho" e o termo passou a ser usual. Na gestão  do prefeito Ruy de Barros Correa Filho (1983-1988) foi realizada uma reurbanização de várias áreas da cidade, incluindo aquele local, que ganhou uma bonita apresentação. 
Neste artigo são mostradas imagens (várias colorizadas), de épocas diferentes, do Largo e adjacências, resgatando uma memória para esta importante via arcoverdense.


Mapa waze  do Largo: bit.ly/3chpMcw ; Mapa Google: bit.ly/2XyKCzX ; Street view: bit.ly/2REgP5o ; Reinauguração em maio/abril de 2007: bit.ly/2KfElBH .



O Senadinho, em foto do Jornal de Arcoverde (abril 2020).

Município de Arcoverde (Rio Branco). Cronologia e outras notas. Luís Wilson, 1982. Pág. 93. «1920 – Rio Branco possuía, então, “590 casas, distribuídas em 12 ruas, 1 praça, 1 largo e 2 travessas, com 2.000 habitantes. [...]  - Zeferino Galvão, Pesqueira em 1920, in ANTOLOGIA do mesmo autor, Repartição de Publicações Oficiais, Recife, 1924.»
Arcoverde. História Político-administrativa. Sebastião Calado Bastos. Brasília-DF, 1995. Pág. 200
«Prefeito Ruy de Barros Correia. 1983 – 1988.
Foi reurbanizado o complexo Praça da Bandeira, cais da praça, Senadinho e girador da Praça do Livramento e para a instalação da feirinha típica foi executada adaptação na Praça Virgínia Guerra.»
Muirá Ubi Arcoverde. Tradução, trajetória e talentos. Roberto Moraes. Pág. 82.  «Em 4-3-1979 inaugurava-se o Terminal Rodoviário de Arcoverde

Anotações do Sr. Antônio Francisco Moreno para esta seção:
«Sobre o Triângulo: Após a inauguração da estação da Great Western, o movimento ferroviário tornou-se intenso tanto no transporte de passageiros quanto no de cargas, notadamente de fardos de algodão. As locomotivas, inicialmente as Maria Fumaça aqui chegando necessitavam realizar manobras para cumprir o seu trajeto de volta, ou seja, modificar o seu trajeto de retorno. Para tanto, foi criado o falado Triângulo ao lado da SANBRA - Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, onde a locomotiva ingressava com o destino para o sertão e após manobra saia com o destinatário para a capital.  O local serviu também como depósito de dormentes, madeira que era usada como apoio para os trilhos no terreno. Com o declínio do uso dos trens na nossa região, no lugar do triângulo foi inaugurada em 1981 a Praça Virgínia Guerra, hoje Praça Winston Siqueira, suporte dos festejos juninos e natalinos de Arcoverde.

Sobre o Largo 13 de Maio: Antigamente Arcoverde não tinha estação rodoviária e os ônibus da Realeza para Recife partiam e chegavam dali do Largo 13 de Maio. A Realeza tinha como linha principal Arcoverde-Recife-Arcoverde em vários horários. Os seus ônibus aglomeravam o trânsito, existiam horários em que paravam 4 ou 5 veículos, eram uns que estavam chegando, outros partindo, outros das linhas de Monteiro, Floresta, Custódia,  etc.  em trânsito. A determinação foi: que todas as empresas (Progresso, Realeza, Princesa, Jotude, etc.) passaram a funcionar no terminal de imediato.
 O local tinha um giradouro de veículos demarcado por pequenos canteiros de concreto disciplinando o trânsito entre as ruas Alcides Cursino e José Magalhães de França.
Sobre o Senadinho: Dentro deste giradouro formado pelos canteiros costumavam se reunir pessoas no horário noturno a conversar sobre política, futebol e da vida alheia enquanto aguardavam a chegada dos ônibus expressos da capital. Pois bem, mesmo depois da proibição da parada de ônibus transferência para o Terminal Rodoviário de Arcoverde) o local continuou como ponto de encontro, logo denominado de Senadinho, com a introdução de tablado, bancos de concreto etc. O Prefeito Antônio Franklin Cordeiro teve o seu nome escolhido para a nova denominação do Largo.»
Assim, era comum se juntar pessoas no local que iam embarcar nos ônibus e também existiam aquelas pessoas que iam esperar a chegada dos ônibus vindo do Recife. De tal modo aglomeravam pessoas. Quando foi criado o Terminal Rodoviário de Arcoverde, no São Cristóvão [1979], o embarque e desembarque de passageiros foi proibido naquele local.
Como era bem largo (daí o nome), o prefeito Antônio Franklin resolveu criar aquela espécie de coreto baixo no meio da linha férrea, com uns bancos de concreto, onde uma turma de desocupados passou a frequentar para falar de política e da vida alheia. Aí apelidaram de senadinho. Acho que a denominação foi obra de Enaldo Cândido nas suas notas para o Jornal de Arcoverde.»



O antigo Triângulo, que a Great Western utilizava para manobras. Ao fundo, o então Parque Virginia Guerra.


 
Trilho principal vendo-se à esquerda a SANBRA (hoje Cecora. Ver bit.ly/34BBr3a ), onde se tinha a entrada para o Triângulo.



Saída do Triangulo onde as locomotivas saiam de ré, tomando destino para a capital.

Os ônibus da Realeza às vezes se aglomeravam e causavam tumulto no trânsito.



Agência da Viação Realeza de Arcoverde.
 



Ônibus da Realeza estacionado. Visível os canteiros do giradouro, sorveteria americana, praça da Bandeira.

Foto do livro Ícones. Patrimônio Cultural de Arcoverde. Roberto Moraes, 2008. Pág 27, com a legenda: «Início do Largo 13 de   Maio e prosseguimento da Antônio Japiassu. Na foto, registra-se a “Brasília Teimosa”, que teve seu começo na administração do Dr. José Cursino Galvão.  Em outro ângulo, observa-se, também, a antiga SANBRA, a torre da Igreja Matriz do Livramento a antiga Biblioteca Municipal.» O sr. Antônio Moreno acrescenta: «Na foto aparecem 2 bombas de combustíveis  em meio a barracas de madeira. Eram do posto de Sr. Albérico, do Sr. José Leôncio e Carlinhos. O posto foi adquirido pelo Sr. Albérico Freire,  pai de Carlinhos e de José Freire. Todos já faleceram.»



Antiga praça de carros (atuais táxis); no canto direito um tradicional posto de combustível.
 



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