As tamareiras do DNOCS de Arcoverde
JORNAL DE ARCOVERDE n.290 – Março/Abril de 2016 – pág.11
As tamareiras do DNOCS de Arcoverde
Pedro Salviano Filho
As tamareiras do DNOCS (Departamento Nacional de Obras
Contra Secas) foram plantadas em 1940 (dado fornecido pela família Saboia, Recife)
por orientação do engenheiro Francisco Saboia. Fotos: Nov.2015 - PSF
Assim como muitos
arcoverdenses, a primeira vez que vi uma tamareira foi no DNOCS, na avenida
Antônio Japiassu. Aquelas belas palmeiras com seus cachos de tâmaras amarelas.
Elas estão ali há quase 80 anos! Mas o que elas têm a ver com a nossa história?
Já vimos (em “A Great
Western”, https://bit.ly/3fT52Kb)
que o primeiro fator de desenvolvimento de Arcoverde foi a chegada da ferrovia
(1912). O segundo foi o estabelecimento do DNOCS (inicialmente IFOCS), que
favoreceu muitas obras (estradas, açudes, campo de aviação etc.) em toda a
região. Foi em 1932, por ocasião de intensa seca que acometia toda a área que a
sede daquele órgão federal foi implantada em nossa cidade. Durante vários anos
foi chefiada pelo engenheiro Dr. Francisco Saboia. Assim, resgatemos um pouco
desta história, entrelaçando a característica planta do semiárido e os trabalhos
contra a seca.
Sobre tâmaras
A multiplicação da tamareira pode
ocorrer pelas sementes e também por rebentos. Em escavação na fortaleza do rei
Herodes uma semente de tâmara encontrada foi plantada (2 mil anos depois),
germinou e transformou-se em planta goo.gl/X3Dm65 : «Uma semente com
cerca de 2.000 anos encontrada no deserto da Judéia foi plantada por cientistas
israelenses e germinou, segundo artigo publicado na revista especializada Science nesta sexta-feira. [Isso a tornaria a semente mais antiga do
mundo a germinar de que se tem conhecimento]. A semente de tâmara foi encontrada em
escavações em 1963, na antiga fortaleza do rei Herodes, em Masada, perto do Mar
Morto. Na ocasião, os cientistas encontraram um grupo de sementes em
temperatura ambiente com a intenção de estudá-las mais a fundo.»
1912 - O botânico sueco Alberto Löfgren apresentou um
livreto, "A tamareira e seu cultivo", de nove páginas, da Inspetoria de Obras
Contra as Secas, goo.gl/6VGnyM.
1941 - A tamareira. Pimentel Gomes, 1941, RJ,
pág. 2: «A introdução da tamareira no Brasil deve ser muito antiga. Certamente
as primeiras plantas originaram-se das sementes provenientes de tâmaras
importadas. Em 1915 vi, em quintais da cidade de Sobral, no Ceará, tamareiras
já bem antigas: deveriam ter, algumas, bem mais de vinte anos. Encontravam-se
algumas em lugar alto, de solo escasso e subsolo pedregoso, e não eram irrigadas,
mau grado estivessem sujeitas , anualmente, a estiadas completas, de seis a
oito meses. Em 1924, como agrônomo e encarregado da Fazenda de Sementes “Três
Lagoas”, ainda no município de Sobral, encontrei, à jusante de um açude pequeno,
existente nessa propriedade, um grupo de tamareiras adultas, velhas de dezenas
de anos[...]».
Sobre DNOCS
10-01-1933 – Jornal
do Recife, 1ª col.: goo.gl/1ROOgb , «Sobre
esse importante melhoramento de que acaba de ser dotado o futuroso município de
Rio Branco, neste Estado, recebemos dali as seguintes informações telegráficas.
"Com solenidade, acaba de ser inaugurado, novo prédio correio telégrafo [...].
Solenidade teve presença engenheiro Francisco Saboya, chefe serviços ações
funcionários federais estaduais municipais famílias e grupo musical
Independentes.»
19-4-1933 - Diário da Manhã, Recife-PE, 4ª col. tinyurl.com/hc8fbjb
, «A Comissão de Estudos das Obras do Nordeste. O Tribunal de Contas
registrou um contrato com o sr. Francisco Saboya de Albuquerque para chefiar a
comissão de estudos sobre as obras das secas em Pernambuco e Alagoas.»
«Os drs.
Francisco Saboya e Quirino Simões quando falavam ao nosso representante.
7-6-1934- Diário da Manhã».
7-6-1934- Diário da Manhã, 1ª col.: tinyurl.com/gvko4ux , «O plano dos trabalhos a serem executados,
este ano, em Pernambuco, pela Inspetoria de Obras Contra as Secas. Sobre
os trabalhos que vão ser executados nos nossos sertões, declarou-nos o chefe da
Comissão de Secas, dr. Francisco Saboya: - Para este ano foi organizado o
seguinte plano para Pernambuco: conclusão de 3 açudes em construção, o Quebra
Unhas, em Floresta, o Parnamirim, em Leopoldina e o Cachoeira em Alagoa de
Baixo, com a capacidade total de 15 milhões de metros cúbicos; estudos e
construção de açudes particulares, dentre os quais destaca-se o do Saco, feito
de cooperação com o governo do Estado e para cujos trabalhos a Inspetoria
concorrerá com 75% do orçamento [...]».
6-7-1938 - Diário da Manhã, 1ª col.: tinyurl.com/gs3922y
, «A visita do Sindicato de
engenheiros às obras da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas. Em
excursão de mil e trezentos quilômetros.[...] rumaram a Rio Branco, onde está
localizado e escritório técnico das obras, sob a direção do sr. Francisco
Saboya, chefe da comissão [...].»
1961 - O Município de Arcoverde, Teófanes
Chaves Ribeiro, pág.14: https://bit.ly/2BqO6vy «Departamento das Secas - O Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas, 3º Distrito, sediado nesta cidade, muito tem contribuído
para o progresso do município. Foi, em junho do ano de 1932, no rigor da seca
que assolava o Nordeste, que o governo tomou a seu cargo amparar a região
pernambucana atingida por esta situação climatérica, criando em Arcoverde,
então Rio Branco, um serviço subordinado à Inspetoria Federal de Obras Contra
as Secas. Inicialmente os trabalhos foram dirigidos pelo engenheiro Francisco
de Paula Pereira de Miranda. Em seguida, isto é, em julho daquele mesmo ano foi
transmitido o cargo ao engenheiro Francisco
Saboia de Albuquerque. Posteriormente, a sede desses serviços passou a
denominar-se Comissão de Estudos e Obras nos Estados de Pernambuco e Alagoas, e
foi fixada em Arcoverde graças ao empenho do governo revolucionário do
município, junto ao então ministro José Américo de Almeida.
Foram grandes as perspectivas abertas com este acontecimento
aos destinos de Arcoverde.
Os trabalhos desenvolvidos pela Inspetoria, que em
construção de estradas de rodagem, que em perfuração e instalação de açudes
públicos e particulares, têm constituído uma fonte de realizações de
inestimável valor para o município, bem como para outras zonas castigadas pelo
rigor das longas estiagens.
Os seus primeiros anos foram marcados por trabalhos
intensos, muitos dos quais tiveram como estaca inicial Arcoverde; pois daqui
partiram as construções das estradas de rodagem: Arcoverde-Mimoso-Caruaru,
Arcoverde-Pedra, Arcoverde-Algodões-Custódia-Serra
Talhada-Salgueiro-Parnamirim. E assim esses trabalhos iam-se distanciando em
procura das metas a serem atingidas, previamente estabelecidas no plano
rodoviário, na zona delimitada pelo polígono das secas.
Após 17 anos de constantes realizações, essa repartição
conseguiu levar as cidades mais longínquas do interior do Estado de Pernambuco
a sua linha tronco, contribuindo para aumentar consideravelmente o intercâmbio
comercial entre o Sertão e a Capital, sendo Arcoverde o ponto de comunicação
por excelência entre as duas zonas.
O Departamento de Secas é muito bem instalado. Tem
construída a sua sede própria em prédio magnífico, o mais importante da cidade.
Além disso possui ótimas oficinas mecânicas; fundição, fornalha, armazéns para
posto de assistência médica bem aparelhados e um serviço de tratamento d´água
pelo sistema “permitite”. Convém salientar que foi no ano de 1946, que a
Comissão de Estudos e Obras no Estado de Pernambuco e Alagoas passou a 3º
Distrito – por sinal o único do Departamento que se acha sediado no interior do
Estado.»
1972 - Minha cidade,
minha saudade. Recife-PE. Luís Wilson, pág. 451:
«Francisco Saboya de Albuquerque (minibiografia). O
incidente entre o visconde de Saboya e o conde de Gobineau
Entre os homens de bem que viveram, no passado, em Rio
Branco, não houve, talvez, uma figura maior que a do Dr. Saboya. Engenheiro das
Obras Contra Secas durante 10 ou 15 anos, profissional hábil, amigo de
políticos e de homens influentes em todo país, não possuía até há pouco, no Rio
de Janeiro, onde reside (e não possui, parece-me que ainda hoje), uma casa ou
um apartamento de sua propriedade.
Evidentemente, não há na pobreza nenhum atrativo, nem
pobreza recomenda ninguém. Se, no entanto, é recomendável para um homem ter
tido oportunidade de ser rico e, para não ser desonesto, continuar pobre,
nenhuma pobreza é mais digna de admiração do que a do Dr. Francisco Saboya de
Albuquerque, filho de Francisco Esperidião Saboya de Albuquerque, nascido em
Sobral, no Ceará, a 18 de novembro de 1894.
Francisco Saboya fez o seu curso primário e secundário no
Colégio Anchieta, no Estado do Rio de Janeiro. Ingressou depois na Escola
Politécnica, hoje Escola Nacional de Engenharia, pela qual se diplomou
Engenheiro Civil, em 1920, especializando-se em obras rodoviárias, represamento
d´água, irrigação etc... Ainda estudante, em 1919, foi trabalhar, como auxiliar
técnico, nos Serviços da então Inspetoria Federal de Obras Contra Secas.
Formado, ocupou o posto de “auxiliar de Projeto de Grandes
Barragens de Alvenaria”, daquele Serviço, na seção dirigida pelo Engenheiro
Regional Ryves. Depois, foi Engenheiro-Residente da Inspetoria, no Rio Grande
do Norte, passando a trabalhar, em 1923-1924, na firma “Norton Griffith Co.
Ltd.”, contratante da construção do porto de Fortaleza. Como Engenheiro-chefe
das obras do viaduto daquele porto, que projetou e construiu, trabalhou nos anos
de 1925-27, assumindo, em seguida, a direção dos serviços ferroviários da firma
“Saboya Albuquerque & Cia”, na Paraíba e Rio Grande do Norte, de 1927 a
1931.
Em 1932 voltou para a Inspetoria Federal de Obras Contra
Secas, ocupando o posto de Engenheiro-chefe em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e
Rio Grande do Norte (a sede era, então, em Rio Branco). Em 1948, como
Engenheiro Assistente, foi para a Companhia Hidroelétrica do São Francisco, em
Paulo Afonso, Estado da Bahia.
Em 1949 era Engenheiro-chefe do Serviço do Departamento Nacional
de Estradas de Rodagens em Pernambuco, sendo nomeado, em 1951, Diretor Geral do
Departamento Nacional de Obras Contra Secas, no Rio de Janeiro.
Em Rio Branco, viveu o Dr. Saboya durante 10 ou 15 anos, não
parando um minuto nas estradas de rodagem, com o negrinho Alexandre, em um
automóvel, a 80 oi 100 quilômetros por hora.
Um tio-avô do Dr. Saboya foi o célebre e conhecido cirurgião
Vicente Cândido de Figueiredo Saboya, médico da Corte, parteiro da Princesa
Isabel, a Redentora, amigo pessoal de S. Majestade, o Imperador D. Pedro II,
Conselheiro, Visconde e, depois, Barão de Saboya, professor, diretor e, mais
tarde, ainda, Diretor Honorário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,
título até hoje não mais conferido sequer a Aloísio de Castro.
Quando, em 1869, esteve no Rio de Janeiro a grande trágica
italiana Adelaide Ristori, ocorreu o incidente, que tornou o Visconde de Saboya
ainda mais famoso em todo o país.
O Visconde de Saboya, um amante da excelsa arte, estava com
a esposa, no teatro, em uma das noites gloriosas da temporada de Adelaide
Ristori, “quando apressado e mal humorado cavalheiro, na ânsia de alcançar a
rua, os atropelou, jogando a senhora no solo. Revoltado, Saboya agarra,
violentamente, o grosseirão belo gasnete e, ali mesmo, no movimentado saguão do
teatro, aplica-lhe alguns safanões e bofetadas” (v.Achiles Ribeiro de Araújo,
“O Visconde de Saboya” Editora Pongetti, Rio de Janeiro, 1971).
O homem a quem Saboya esbofeteara era o sábio francês Joseph
Arthur Gobineau, Conde de Gobineau (na época, Ministro da França no Brasil),
amigo de D. Pedro II e autor, entre outras obras, de “Três Anos na Ásia (1859),
“Tratado das Escrituras Cuneiformes! (1864), “As Religiões e as Filosofias da
Ásia Central” (1865), “História dos Persas” (1869) e “História de Ottar Jari, o
pirata Norueguês” (1879).
No dia seguinte ao do incidente, enviou o diplomata três
emissários a Saboya, mandando-lhe dizer do seu desejo de bater-se com ele em
duelo. Saboya respondeu que “tal farsa” era proibida em nosso país, e
considerava o incidente da véspera encerrado com os safanões e bofetadas do
saguão do teatro.
O episódio e a atitude de Saboya, recusando o duelo,
aumentou a aversão do Conde Gobineau pelo Brasil, para quem, a partir daquela
data, à exceção do Imperador, “não havia ninguém, neste deserto povoado de
patifes”.
O conhecido diplomata foi quem deu lugar a que fundassem na
Alemanha, em 1870, uma “associação gobiniana”, para a difusão de suas ideias,
das quais cada vez se aproximaram mais as dos antropo-sociólogos Ammon,
Lapouge, Wagner e (no dizer daqueles que jamais o compreenderam) do próprio
teórico do “Super-Homem”, Nietzsche, repousando na concepção de uma raça
superior como fator fundamental da História, favorecendo depois a sinistra aventura
de Hitler, ou aos voos do orgulho alemão, com a sua fé nos dolicocéfalos louros
germânicos e o sonho de domínio absoluto do mundo.
O incidente entre Saboya e o Conde de Gobineau tenho a
impressão de que foi encerrado, com o Imperador D. Pedro II solicitando,
amigavelmente, ao diplomata que voltasse para França.
O Visconde de Saboya (em cujas veias corria o sangue da
primeira Rainha de Portugal, dona Mafalda de Saboya, esposa de Afonso
Henriques), morreu em 1909.
O dr. Francisco Saboya de Albuquerque, no dia 8 de dezembro
de 1925 casou com Maria do Carmo Padilha, filha de José da Rocha Padilha
(antigo conferente da Alfândega no Recife e em Santos e de sua esposa. Dona
Teresa da Rocha Padilha. Todos de Fortaleza, no Ceará.
Os Padilhas parece descenderem de dois irmãos portugueses
que vieram para o Brasil no século XVIII ou XIX. Um ficou no Ceará, dando
origem aos Padilhas daquele estado. O outro veio para Pernambuco e foi o tronco
dos Padilhas de Buíque, de Afogados de Ingazeira etc.
São filhos do casal Francisco Saboya:
1º - Carlos José Padilha Saboya, nascido em Fortaleza a 9 de
fevereiro de 1927. Estudante de Engenharia, morreu a 8 de fevereiro de 1953.
2º - Fernando Padilha Saboya de Albuquerque, nascido em
Fortaleza a 11 de fevereiro de 1928. Formado pela Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Pernambuco, em 1951. Casou com Ana Maria Cabral de
Melo, filha do dr. Paulo Cabral de Melo e de sua esposa, dona Ainda Araújo
Cabral de Melo. Sucessão: Maria Adriana, Maria Clara, Fernando e Maria Célia. Fernando
é médico, no Recife, há alguns anos.
3º - Francisco Saboya de Albuquerque Junior, nascido no Rio
de Janeiro no dia 21 de junho de 1929. Formou-se pela Faculdade de Medicina da
Universidade do Brasil, em 1955. Cirurgião do Hospital Regional de Arcoverde
desde 1959. É também cirurgião do INPS, em Rio Branco. Casou com dona Maria
Dalvanira de França, filha de Luís de França Monteiro Sobrinho (falecido em
1958) e de sua esposa, dona América Galvão de França. Descendentes: Carlos
José, Luís Fernando, Maynard, Francisco Saboya de Albuquerque Neto e Maria
Teresa, “Chiquinho” é um príncipe, como os irmãos.
4º - Ricardo Saboya de Albuquerque. Nasceu no Rio de Janeiro
a 20 de setembro de 1932. É casado com Maria Helena, filha de Euclides Siqueira
e Maria Amália. Sucessão: Maria Inês, Aline Teresa, Ana Maria e Ricardo.
5º - Eduardo Saboya de Albuquerque, nascido no Recife, no
dia 29.10.1933. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil,
em 1962. Solteiro. É cirurgião do Pronto Socorro, no Rio de Janeiro.
Carlos, Fernando, “Chiquinho” e todos os filhos de Dr.
Saboya, fizeram o curso primário em Rio Branco. Aqueles três foram alunos do
prof. Josué e, depois, de dona Laura e dona Lídia, na Escola Monsenhor
Fabrício, que não possuía móveis naquela época. Cada garoto que levasse sua
cadeirinha para a Escola todos os dias. Mais tarde, os filhos de Dr. Saboya e
dona Maria do Carmo estudaram o curso secundário no Colégio Nóbrega, no Recife.»
01/11/1973 – Diário
Oficial, 3ª col.: tinyurl.com/z9ookq4 , «Requerimento 2436 [falecimento de Francisco Saboya de
Albuquerque] [...]voto de profundo pesar
pelo falecimento do sr. Francisco Saboya de Albuquerque, ocorrido no dia 14 do
corrente, no estado da Guanabara. O extinto era engenheiro de nomeada, tendo
exercido vários cargos no DNOCS-CHESF e DNER.»
Visconde de Saboya, Vicente Cândido de Figueiredo Saboya (13-4-1836 a 18-3-1909). Foto – divulgação.
1978 - ROTEIRO DE
VELHOS E GRANDES SERTANEJOS Vol. II. Luís Wilson, pág. 581
«Francisco Saboya de Albuquerque (Dr. Francisco Saboya)
Homem probo, sério, respeitável, foi durante cerca de 15
anos (a partir de 1932), engenheiro chefe das Obras Contra Secas, em Arcoverde
(naquela época ainda Rio Branco), que era, então, a sede daquele Serviço nos
Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Saboya era um gigante em nossas estradas, que começaram a
ser construídas naquele ano, vivendo em um automóvel, a 100 quilômetros por
hora. Não havia até então, na realidade, estradas no Sertão.
Foi um tio-avô de Saboya, o célebre e cirurgião Vicente
Cândido de Figueiredo Saboya, médico da Corte, parteiro da Princesa Isabel (a
Redentora), amigo pessoal de S. Majestade, o Imperador D. Pedro II, Conselheiro,
Barão e depois Visconde de Saboya, professor, diretor e, mais tarde, ainda,
“Diretor Honorário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro”,(“título até
hoje não mais conferido sequer a Aloísio de Castro”), e o não menos célebre
francês Joseph Arthur Gobineau, que ocorreu em 1869, durante um recital da
grande trágica italiana Adelaide Ristori, o mais famoso incidente do Rio de
Janeiro, naquela época.
Gobineau (então Ministro da França no Brasil), à saída do
teatro, apressado e mal-humorado, na ânsia de alcançar à rua, derruba a senhora
do Visconde que “revoltado, agarra o grosseirão pelo gasnete, ali mesmo, no
movimentado saguão do teatro e aplica-lhe alguns safanões e bofetadas” (v. Achiles
Ribeiro de Araújo, “O Visconde de Saboya” Editora Pongetti, Rio de Janeiro,
1971).
O conhecido diplomata, amigo também de D. Pedro II e autor,
entre outras obras, de “Três Anos na Ásia (1859), “Tratado das Escrituras
Cuneiformes! (1864) e “As Religiões e as Filosofias da Ásia Central” (1865), no
dia seguinte envia três emissários a Saboya, mandando-lhe dizer do seu desejo
de bater-se com ele em duelo. O Barão responde-lhe que tal farsa “era proibida
em nosso país, e considerava o incidente da véspera encerrado com os safanões e
bofetadas do saguão do teatro”, voltando Gobineau à França por solicitação
amigável do Imperador D. Pedro II.
Francisco Saboya de Albuquerque nasceu, no entanto, no dia
18.11.1896 em Sobral (Estado do Ceará) e morreu no Rio de Janeiro dia 14 de
outubro de 1978, em seu apartamento à Rua São Clemente no 650, em Botafogo,
sendo sepultado no Cemitério de São João Batista. Seus pais foram Ernesto
Esperidião Saboya de Albuquerque e sua esposa D. Aline Coelho Saboya de Albuquerque.
Fez o curso primário e secundário no Colégio Anchieta
(Estado do Rio de Janeiro), ingressando depois na Escola Politécnica, hoje
Escola Nacional de Engenharia, pela qual se diplomou engenheiro civil em 1920,
especializando-se em obras rodoviárias, represamento d'água e irrigação.
Ainda estudante, em 1919, foi trabalhar como
auxiliar-técnico nos serviços da então Inspetoria Federal de Obras Contra
Secas.
Formado, ocupou o posto de auxiliar de Projetos de Grandes
Barragens de Alvenaria daquele Serviço, na seção dirigida Belo engenheiro
Reginal Ryves. Depois, foi engenheiro-residente da Inspetoria no Rio Grande do
Norte, passando a trabalhar em 1823-1924 na firma Norton Griffith Co. Ltda.,
contratante da construção do porto de Fortaleza. Como engenheiro-chefe das
obras do viaduto daquele porto, que projetou e construiu, trabalhou nos anos de
1925-1927, assumindo, em seguida, a direção dos serviços ferroviários da firma
Saboya Albuquerque & Cia., na Paraíba e Rio `Grande do Norte, de 1927 a
1931.
Em 1932 voltou para Inspetoria Federal de Obras Contra
Secas, ocupando o posto de engenheiro-chefe em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e
Rio Grande do Norte (com sede em Arcoverde, naquela época, Rio Branco). Em 1948
foi para a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco em Paulo Afonso (Estado da
Bahia), como engenheiro-assistente.
Em 1949, engenheiro-chefe do Serviço de Departamento de
Estradas de Rodagens em Pernambuco, sendo nomeado, em 1951, Diretor Geral do
Departamento Nacional de Obras Contra Secas, no Rio de Janeiro.
Casou no dia 08.12.1925 com D. Maria do Carmo Padilha, filha
de José da Rocha Padilha (antigo conferente da Alfândega no Recife e em Santos)
e de sua esposa D. Teresa da Rocha Padilha, ambos de Fortaleza, Estado do
Ceará. São filhos do casal:
1° — Carlos José Padilha Saboya, nascido em Fortaleza a
09.02.1927. Estudante de Engenharia, morreu a 08.02.1953. Fez o curso primário
em Rio Branco (como todos os seus irmãos), primeiro com o professor Josué, e
depois com D. Laura e D . Lídia, na Escola Monsenhor Fabrício, vizinha ao velho
Cine Rio Branco, na atual Av. Cel. Antônio Japyassu. Mais tarde, estudou o
curso secundário (também como os outros irmãos) no Colégio Nóbrega, no Recife.
2.° - Fernando Padilha Saboya de Albuquerque, nascido em
Fortaleza a 11.02.1928. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Pernambuco em 1951, casou com Ana Maria Cabral de Melo, filha do Dr.
Paulo Cabral de Melo e de sua esposa D. Aída Araújo Cabral de Melo. Sucessão :
Maria Adriana, Maria Clara, Fernando e Maria Célia. É hoje cirurgião de nomeada
no Recife.
[Francisco Saboya – Crédito: Ricardo Fernandes DP/D.A Press-
goo.gl/k8uYcw. Ele foi médico por muitos
anos em Arcoverde].
3.° - Francisco Saboya de Albuquerque Junior, nascido no Rio
de Janeiro a 21.06.1929, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade
do Brasil em 1955. Cirurgião do Hospital Regional de Arcoverde desde 1959 e do
Instituto Nacional de Previdência Social (I . N . P . S .) . Casou com Maria
Dalvanira de França, filha de Luís de França Monteiro Sobrinho (falecido em
1958) e de sua esposa D. América Galvão de França. Descendentes: Carlos José,
Luís Fernando, Maynard, Francisco Saboya de Albuquerque Neto e Maria Teresa.
4. ° - Ricardo Saboya de Albuquerque, nascido no Rio de
Janeiro a 23.09.1932, casou com Maria Helena, filha de Euclides Siqueira de
Araújo com Maria; e Maria Amália (ele, filho do Cel. Ernani Gomes e ela do casal
Augusto Campos). Sucessão: Maria Inês, Aline Teresa, Ana Maria e Ricardo.
5. ° - Eduardo Saboya de Albuquerque, nascido no Recife a
29.10.1933. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Brasil. Casado, com sucessão, é cirurgião do Hospital do Pronto Socorro no Rio
de Janeiro.»
Do livro “Roteiro de Velhos e Grandes Sertanejos,
II volume, Luís Wilson, pág. 585:
«Na foto (tenho a
impressão que de 1932, do primeiro avião que pousou em Rio Branco, o terceiro
(à direita), de branco, em primeiro plano) é o Dr. Francisco Saboya.»
1995 - Arcoverde. História político-administrativa,
Brasília-DF. Sebastião Calado Bastos. Pág. 71:
«[...]devido, porém, à dimensão do flagelo [seca de 1932], o Estado não
teve condições de arcar com todas as despesas, razão pela qual apelou ao
Governo Federal.
Felizmente, reconheceu o governo central a necessidade de
intervir, encampando os serviços já existentes e, mais, ampliando-os.
Criou, de imediato, uma Comissão de Estudos e Obras nos
Estados de Alagoas e Pernambuco, a qual ficou subordinada à Chefia do 2º
Distrito da IFOCS (Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas). Importante
citar que esta Comissão teve sua sede instalada em Rio Branco. Seu primeiro
chefe foi o engenheiro-residente Pereira de Miranda. Em vista de uma promoção,
esse profissional permaneceu em Rio Branco muito pouco tempo, sendo substituído
pelo engenheiro Francisco Saboya (1896-1973). É de se notar que, até então, não
era definitiva a escolha de Rio Branco para sediar essa Comissão.
Cogitava-se, na ocasião, da transferência para outro
município da sede da IFOCS. Pesqueira, inclusive, oferecia facilidades, com
doação de terreno e tudo o mais que se fizesse necessário para que ali fosse
instalada a Repartição. Não resta dúvida que aquele município se apresentava
como forte candidato, tendo em vista a pujança de seu comércio e a força de sua
indústria que florescia.
O Dr. Luís Coelho, diante dessa perspectiva, aguardava uma
oportunidade para lutar no sentido de manter a sede em Rio Branco, visto que a
sua perda para outro município iria representar enormes danos para a cidade,
haja vista que há dois anos mantinha o município a sede dessa Inspetoria.
Por sorte, em março de 1933, Rio Branco foi visitado pelo
então Ministro da Viação, o paraibano José Américo de Almeida (1887-1980) que
verificava in loco, os efeitos da
seca que atingira a região nordestina. [17/03/1933, Jornal do Recife, 7ª col., goo.gl/33qfBU
: «O sr. José Américo ministro da viação, em terras de Pernambuco . Rio Branco,
16 - O ministro José Américo chegou ontem a esta cidade, de volta da zona do
Cariri, acompanhado do interventor Gratuliano Britto [...]”.] Quando da chegada
do Ministro a Rio Branco o Dr. Luís Coelho, em companhia de figuras
representativas da cidade, fez-lhe uma visita de cortesia.
Segundo as próprias palavras do Dr. Coelho, foram todos
recebidos com fidalguia pelo Ministro, que os deixou à vontade para debaterem
os assuntos que tinham a tratar. O início da conversa girou em torno do
propalado deslocamento da sede da IFOCS para outro município. Argumentaram,
então, para que a localização definitiva da sede se fizesse em Rio Branco.
Apesar da pobreza da cidade, o prefeito Luís Coelho, em nome
do município, comprometeu-se a doar área de terreno necessária à sua
instalação. Homem ponderado, o Ministro após ouvir silenciosamente, declarou
que a pretensão dos presentes era mais que justa e que Rio Branco abrigaria, em
caráter definitivo, a sede da Comissão e que, posteriormente, seria ela elevada
à categoria de 3º Distrito da IFOCS.
A doação desse terreno foi efetivada através do Ao n. 24, de
março de 1933, com seguinte redação: “O Prefeito do Município, devidamente
autorizado, resolve ceder ao Governo da União, o terreno doado ao Município
pela Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro – SANBRA , situado à avenida
Cardeal Arcoverde, para nele ser edificado o prédio que servirá de sede à
Comissão de Estudos e Obras dos Estados de Pernambuco e Alagoas, da IFOCS, e
suas dependências”.
Como corolário da entrevista, pediu o Ministro, conforme
palavras do Dr. Coelho, que todos colaborassem para a maior grandeza do Brasil.
Havia o prefeito Luís Coelho, pois, alcançado uma grande vitória.
Esse acontecimento era reputado pelo Dr. Coelho como um dos
maiores serviços, se não o maior, que havia podido prestar ao município.
Nesse mesmo ano de 1933 teve início a construção do edifício-sede
da IFOCS, sendo de se ressaltar tratar-se da primeira repartição federal a
instalar-se no interior de Pernambuco. Daí o justo orgulho do Dr. Coelho, pois
teve a visão de lutar por essa causa.
Entretanto, uma das exigências da IFOCS é que fosse
construído um campo de aviação. Para tal foi adquirido, por compra, um terreno
na zona suburbana, medindo setecentos metros de frente por trezentos de fundos
e em seguida doado ao Governo Federal para a construção do campo de pouso.
[8-10-1941: Diário Carioca, 1ª col;,
goo.gl/r9b2ZK : «[...] Em entrevista
concedida à imprensa, o engenheiro Francisco de Saboia discorreu acerca dos
trabalhos que a inspetoria de obras contra as secas vem realizando no setor da
aviação do nordeste. O engenheiro declarou que foram construídos 7 campos de pouso
pela IFOCS em Pernambuco: os de Rio Branco, na proximidade daquela cidade
[...].»]
Ainda nesse encontro com o Ministro da Viação, o prefeito
conseguiu dois aterros-barragens entre Rio Branco e Mimoso como também auxílio
para as barragens do Tamboril e do Salobro.
Continuava grande a afluência de flagelados a Rio Branco, em
função da seca prolongada. Chegou a ser registrado um contingente superior a
cinco mil retirantes[...].»
14-12-1981 - Diário da Manhã, 1ª col.: tinyurl.com/jr52f7z
«No combate as secas o DNOCS é o órgão que executa a irrigação. ...O DNOCS
completou em outubro do ano passado 70 anos de criação. As suas origens
remontam ao século passado quando a grande seca de 1877/80 obrigou o Imperador
D. Pedro II a enviar ao Ceará uma comissão de engenheiros que, fazendo um
levantamento da situação aconselhou o represamento da água em açudes, a
perfuração de poços e a construção de estradas de ferro e de rodagem. Várias
outras comissões foram criadas e extintas sucessivamente, até que, pelo Decreto
n. 7.619 de 21 de outubro de 1969, foi aprovado o regulamento para a
organização dos serviços contra os efeitos das secas criando-se a Inspetoria de
Obras Contra as Secas (IOCS). Pela reforma de 1919, a IOCS passou a ser chamada
Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), recebendo finalmente em
1945 a denominação de Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS),
nome que permanece até hoje. A Lei n, 4229, de 1o de junho de 1963, transforma
o DNOCS em autarquia federal vinculada hoje ao Ministério do Interior.»
Sobre as tâmaras do dr. Fernando
Saboia do DNOCS de Arcoverde
08-03-1959 – Correio
da Manhã – RJ, 1ª. col.: goo.gl/KmB2Gh ,
«Tâmaras no Nordeste».
«Cachos de tâmaras provenientes de Arcoverde, em exposição
numa dependência do "Correio da Manhã". Os transeuntes observaram-nos
curiosamente. Tâmaras brasileiras! Quem diria?! E não aproveitam esta grande
possibilidade!»
«[...] Quando o sr. ministro da Viação, almirante Lúcio
Meira, esteve em Arcoverde, em dezembro do ano passado [1958], viu as
tamareiras muito carregadas, entusiasmou-se. Quis que lhe enviassem alguns
cachos para o Rio de Janeiro, quando as tâmaras começassem a amadurecer.
Chegaram há poucos dias. Foram expostas em plena Avenida Rio Branco, numa
dependência do Correio da Manhã.
Atraíram enorme multidão. Os observadores se sucediam durante o dia inteiro.
Todos se entusiasmavam. Todos lastimavam que o Ministério da Agricultura não
estivesse cuidando da tamareira. Temos que lastimar o abandono em que as
Secretarias da Agricultura do sr. Francisco [...].»
«Tamareira num jardim do DNOCS, na cidade de Arcoverde, em
Pernambuco. Não está sendo bem tratada. Nota-se que foi excessivamente podada.
Mesmo assim tem ótimos cachos de tâmaras.»
«Tâmaras de Arcoverde, em exposição no "Correio da
Manhã".»
«A tamareira e o Ministério da Agricultura.»
«[...] A tamareira é outra grande
esquecida do Ministério da Agricultura. Há décadas, houve um ministro que
pensou em tamareiras. Importaram-se mudas da África. Plantaram-se algumas
tamareirais, mas bem diferentes daqueles clássicos da tamareira. O Departamento
Nacional de Obras Contra Secas... Foram abandonados. Abandonados continuam. O
Serviço de Informação Agrícola do Ministério da Agricultura publicou a
monografia "A Cultura da Tamareira" escrito pelo agrônomo Pimentel
Gomes. Está em segunda edição. Na Escola Superior de Agricultura ˜Luiz de Queiroz˜,
em Piracicaba, um professor de nomeada, e dr. Felipe Westin Cabral de
Vasconcelos plantou um tamareiral e está fazendo trabalhos de genética. Já
criou algumas variedades que se adaptam a climas bem diferentes daqueles
clássicos da tamareira. O Departamento Nacional de Obras Contra Secas, por
outro lado, plantou alguns tamareirais, há alguns lustros. Pelo menos as
tamareiras plantadas em Arcoverde, Pernambuco, estão em magníficas condições e
frutificando muito bem. É que foram plantadas e a ecologia lhes é bastante
favorável. Produzem boas tâmaras. Este ano, alguns cachos foram expostos numa
dependência do Correio da Manhã. A fotografia mostra que os cachos eram grandes
e as tâmaras de muito bom tamanho. As tamareiras de Arcoverde e de outros
municípios do oeste pernambucano, mostram que é possível ter boas tâmaras no
Brasil.
Infelizmente está faltando fomento.
O Departamento Nacional de Obras Contra Secas mostrou que o Nordeste pode
produzir tâmaras mas não fomentou sua produção. O Ministério da Agricultura não
cuida de tâmaras. Apelamos para a boa vontade e dinamismo do dr. Mário
Meneghetti, ministro da Agricultura. Estamos certos que o sr. ministro não
permitirá que a tamareira continue esquecida pelo seu Ministério.»
11-06-1961 – Correio da Manhã, 4ª col.: goo.gl/w4QxKj , «A tamareira, sr. Ministro
Romero Costa! [...] As tamareiras que o dr. Francisco Saboia plantou, lá se
encontram, na rua principal de Arcoverde. Embora não sejam tecnicamente
plantadas, frutificam anualmente. Safras muito grandes, uns 50 quilos de tâmara
por palmeira feminina [...].»
FRANCISCO SABOYA DE
ALBUQUERQUE
Foto: álbum da família.
Nasceu em 18 de novembro de 1896 no estado do Ceará e ingressou na IFOCS em 1919 como auxiliar-técnico até 1923. Em 1932 reingressou na IFOCS, vindo a ocupar postos de chefia em diversos estados do Nordeste. Em 11 de julho de 1951 foi nomeado Diretor-Geral do DNOCS, cargo em que permaneceu até 9 de junho de 1953. Faleceu em 14 de outubro de 1976.
Nasceu em 18 de novembro de 1896 no estado do Ceará e ingressou na IFOCS em 1919 como auxiliar-técnico até 1923. Em 1932 reingressou na IFOCS, vindo a ocupar postos de chefia em diversos estados do Nordeste. Em 11 de julho de 1951 foi nomeado Diretor-Geral do DNOCS, cargo em que permaneceu até 9 de junho de 1953. Faleceu em 14 de outubro de 1976.
A maior barragem do interior de Pernambuco é a Engenheiro Francisco Saboia, conhecida antigamente
como Poço da Cruz, em Ibimirim, no Sertão. Não detectamos nenhuma homenagem de
Arcoverde a este engenheiro que promoveu
sobremaneira a região.
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