O historiador Luís Wilson
Jornal de Arcoverde N. 279 – Maio/Junho 2014 – P.1 C1.
O historiador Dr. Luís Wilson
Pedro Salviano Filho
A foto da formatura do Dr. Luís
Wilson, em 1940, no Recife. Especializou-se em oftalmologia.
Em 2017 acontecerá o centenário
de nascimento de Luís Wilson de Sá Ferraz. Ele foi um pesquisador
incansável e deixou um legado de muitos registros históricos para a nossa
região, hoje base fundamental para pesquisas.
Filho do legendário
Manuel (Noé) Nunes Ferraz, figura pitoresca, destacando-se como fazedor de
frases de efeito que espalhava pelos seus negócios, despertando a admiração dos
fregueses e visitantes.
Boa parte dos 70 anos
que viveu, Luís Wilson os dedicou a uma apaixonante pesquisa histórica da
região, documentada nos seus muitos e importantes livros:
"Minha Cidade, Minha Saudade" (1972),
"Vila Bela - Os Pereira e Outras Histórias" (1974),
"Roteiro de Velhos e Grandes Sertanejos" (3 volumes,
1978),
"Ararobá, Lendária e
Eterna - Notas para a História de Pesqueira" (1980),
“Município de Arcoverde, cronologia e outras notas” (1982),
"Roteiro de Velhos Cantadores e Poetas Populares do Sertão,
Estado de Pernambuco" (1985) e
"Anísio Galvão e Outras Notas para a História de Pesqueira"
(1986).
Encontramos raras fotos
do Luís Wilson. A primeira apareceu nesta coluna em 2011: https://bit.ly/3faCOtR . As imagens mostradas nesta matéria foram gentilmente obtidas junto ao
seu irmão Dr. Cleomadson Ferraz (com 87 anos de idade e residindo em Recife, em
junho 2014).
Diferentemente de Noé
Nunes Ferraz, a quem Arcoverde prestou devidas homenagens com nome de rua
https://bit.ly/3dS7XCa , restaurante do SESC com o nome Restaurante seu Noé https://bit.ly/30ypWJZ (reinaugurado em julho de
2012) e nome de escola http://goo.gl/WJ7KzQ e https://bit.ly/2Ad6Pup , o seu filho Luís Wilson, tem em Arcoverde, apenas a denominação do
praticamente desconhecido “Campus Universitário historiador Luís Wilson de
Sá Ferraz”, da AESA - Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, homenagem da Prefeitura e Câmara Municipal.Em Arcoverde História Político-Administratica, Sebastião Calado Bastos, Brasília-DF, 1995. Pág. 199:
"O Campus da AESA, pelo Decreto Legislativo n. 05/88, de 23 de fevereiro de 1988, recebeu a denominação de Luís Wilson de Sá Ferraz, homenagem mais que merecida àquele que falecera há pouco tempo. Nos considerando do decreto o prefeito sintetiza tudo aquilo que Luís Wilson representa para Arcoverde, ao dizer que esse memorialista “através de brilhante atuação profissional, política e literária, enobreceu Arcoverde e o Estado de Pernambuco”e, ainda, “que a memória de Arcoverde foi em parte resgatada exatamente por força do excepcional trabalho desse grande vulto da cultura pernambucana - em livros memoráveis que retratam a história do município." Já a Prefeitura e Câmara Municipal de Pesqueira o homenagearam com a Rua Historiador Luiz Wilson de Sá Ferraz, no Bairro Pedra Redonda, enquanto em Recife o Centro de Estudos de História Municipal da F.I.A.M., em 22 de maio de 1992, colocou-o na galeria dos historiadores: http://goo.gl/YxHZAr . Em 29 de novembro de 1989, através da Lei 15.298, ele recebia outra homenagem póstuma com o Posto de Saúde Deputado Luís Wilson, também em Recife.
"O Campus da AESA, pelo Decreto Legislativo n. 05/88, de 23 de fevereiro de 1988, recebeu a denominação de Luís Wilson de Sá Ferraz, homenagem mais que merecida àquele que falecera há pouco tempo. Nos considerando do decreto o prefeito sintetiza tudo aquilo que Luís Wilson representa para Arcoverde, ao dizer que esse memorialista “através de brilhante atuação profissional, política e literária, enobreceu Arcoverde e o Estado de Pernambuco”e, ainda, “que a memória de Arcoverde foi em parte resgatada exatamente por força do excepcional trabalho desse grande vulto da cultura pernambucana - em livros memoráveis que retratam a história do município." Já a Prefeitura e Câmara Municipal de Pesqueira o homenagearam com a Rua Historiador Luiz Wilson de Sá Ferraz, no Bairro Pedra Redonda, enquanto em Recife o Centro de Estudos de História Municipal da F.I.A.M., em 22 de maio de 1992, colocou-o na galeria dos historiadores: http://goo.gl/YxHZAr . Em 29 de novembro de 1989, através da Lei 15.298, ele recebia outra homenagem póstuma com o Posto de Saúde Deputado Luís Wilson, também em Recife.
Em 1992, cinco anos após
sua morte, 34 pessoas colaboraram para a escrita da sua biografia, num livro
organizado por José Otávio Cavalcanti, intitulado “Luís Wilson. Uma
biografia”.
Da matéria “Luís Wilson.
Um personagem”, deste livro e também do mencionado José Otávio destacamos
alguns textos:
«...Seu falecimento ocorrido em 7 de dezembro de 1987, foi
profundamente lamentado por toda a sociedade pernambucana, especialmente no
meio intelectual, por ter fartamente enriquecido com um sem número de contribuições.
(...) Luís Wilson nasceu em 18 de agosto de 1917, em Vila Bela, antiga
denominação da atual cidade de Serra Talhada. Esse era o nome da montanha
cortada a prumo, pertencente ao sistema da Borborema, à margem direita do Rio
do Feiticeiro (o Rio Pajeú) e da velha fazenda do português Agostinho Nunes de
Magalhães, origem daquela tradicional cidade.
Seus pais
Manuel Nunes Ferraz e Maria Licor Pereira Ferraz mudaram-se para Arcoverde,
então conhecida pelo nome de Rio Branco, fazendo-se acompanhar dos filhos, inclusive
Luís Wilson.
O velho
Manuel Nunes Ferraz instalou a princípio, a Padaria Confiança, e posteriormente,
o Bar e Sorveteria Confiança. O bar tinha uma feição original, com as paredes
cheias de frases engraçadas, o que aliado ao espirito comunicativo do dono,
sempre tendo uma rápida e espirituosa solução para qualquer problema, tornou-o
figura popular na cidade e circunvizinhanças, ficando conhecido pelo apelido de
"Seu" Noé. (...)
A verve era muita, porém escassa a pecúnia. Aquele tipo de
comércio numa longínqua cidade do interior, e sobretudo. numa tão remota época,
era de precária rentabilidade. Nessas condições, a formação letiva e
profissional de Luís Wilson foi muito custosa para as modestas posses dos pais;
conta-se que numa de suas férias escolares, sua mãe, D. Licor, temendo a
descontinuidade dos estudos do filho, desfez-se de um dos poucos e pequenos
imóveis que possuía.
Em
seguida à sua alfabetização, foi para o Colégio Diocesano de D. José Antônio de
Oliveira Lopes, 1° Bispo de Pesqueira, onde fez o curso primário. Estudou o
curso secundário no Instituto Carneiro Leão, no Recife, e parte desse curso no
Ginásio Diocesano de Garanhuns.
Ingressou
na Faculdade de Medicina do Recife. tendo sido concluinte da Turma de 1940.
Iniciou a
atividade médico-profissional em Sertânia, antiga Alagoa de Baixo, pelo breve
espaço de 5 a 6 meses, para em seguida se transferir para Pesqueira, onde
clinicou de 1941 a 1947.
Daí veio
para o Recife, onde após vários cursos, adotou a oftalmologia como sua
atividade profissional. Nesse campo teve grande interesse pelo tracoma, para o
que esteve no Rio de Janeiro, onde frequentou curso de especialização a
respeito, e sobre o que escreveu vários trabalhos. A incidência maior dessa
infecção se fazia principalmente, nas populações pobres do Sertão, talvez a
razão primordial do seu interesse, já que seu labor médico esteve sempre
voltado para os desafortunados.
Do seu currículo médico ainda constam, entre outros, os de
Oftalmologista do Departamento de Saúde Pública, de Diretor do Sanatório Padre
Antônio Manuel.
Nesse
saudoso companheiro integravam pari passu, o escritor, o pesquisador, o
genealogista, o folclorista e o telúrico».
Ainda no “Luís
Wilson. Uma biografia”, pág.44.
Fernandes Viana define:
«Seu estilo objetivo e ameno retrata o amorável daquele mundo e de sua
gente. Feliz a terra que possui um filho para cantá-la. Se todas tivessem um
Luís Wilson, o Brasil seria ainda maior e mais integrado. Seu livro vale o
esforço com que você o plasmou. Ambos – você e Arcoverde, estão de alvíssaras».
Mais artigos desta
coluna: https://bit.ly/3dRcIMi.
Foto no Diário
de Pernambuco (dia 26 de outubro de 1978, secção C, pág.1), por ocasião do
lançamento do 3o. volume do "Roteiro de Velhos e Grandes Sertanejos".
Noé Nunes Ferraz, figura popular de
Arcoverde, pai do Dr. Luís Wilson.
Dr. Luís Wilson, sua mãe Maria Licor Pereira
Ferraz e o primo Benedito Ferraz (falecido há 2 anos).
Outra foto no Diário de Pernambuco por
ocasião de lançamento de mais um livro.
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