Rádio Bandeirante de Arcoverde
JORNAL DE ARCOVERDE n.288 – Setembro/Outubro de 2015 – pág.19
Rádio Bandeirante de Arcoverde
Por Pedro Salviano Filho
Embora já em 1941 o cine Rio Branco,
ao que parece, possuía seu modesto alto-falante,
anunciando seus filmes, só em 1947 é que começou a funcionar o Serviço de Alto-Falantes
Bandeirante, um mês antes da inauguração do Cine Teatro Bandeirante. E abrangendo
boa parte da cidade. Com organização mais efetiva ele foi a base da radiodifusão,
com preparação de locutores e controladores de som, para o desenvolvimento da futura
Rádio Bandeirante, que surgiu em 1964. Contrariando pensamentos da época, em
que a viabilidade de se ter uma emissora de rádio em Arcoverde era muito
difícil, pois além dos problemas da implantação havia a força política da Rádio
Difusora de Pesqueira, da organização Pessoa de Queiroz, o arrojado bancário
Lúcio Jatobá conseguiu animar, liderar e desenvolver um projeto da Rádio
Bandeirante de Arcoverde. Após um período experimental e despertando todos para
a nova conquista da região, a emissora foi inaugurada no dia 11 de setembro de
1964. Com licença provisória para operar, não conseguiu vencer os entraves
jurídicos devido a conflitos de nome com a emissora homônima de São Paulo,
sendo fechada em março de 1969 e a solução foi a criação da Rádio Cardeal
Arcoverde que, depois de um breve período sem funcionamento, começou a
funcionar legalmente em dezembro daquele ano.
A memória da rádio foi tema do primeiro artigo que escrevi para esta coluna, em 2009 (https://bit.ly/2weMJh7 ). Links atualizados para se escutar antigas gravações (meio século) da Rádio Bandeirante:
A memória da rádio foi tema do primeiro artigo que escrevi para esta coluna, em 2009 (https://bit.ly/2weMJh7 ). Links atualizados para se escutar antigas gravações (meio século) da Rádio Bandeirante:
Teatrinho infantil Bandeirante https://bit.ly/3gdfYFN
Entrevista 1965 https://bit.ly/3mPOOWO
Grande Jornal Falado Bandeirante https://bit.ly/32f1opd
Retomamos o assunto para inserir mais
informações, imagens e, especialmente, declarações de várias pessoas, hoje
espalhadas pelo Brasil, que receberam a forte e boa influência da formação que
tiveram com a querida Rádio Bandeirante. O resgate da maior parte das imagens
ora apresentadas se deveu ao acervo do saudoso José Leite Duarte, o emblemático
Rocky Lane, algumas também presentes nos livros “História do Cinema Bandeirante”, de José Leite Duarte, 2011, e “Cine Bandeirante. Histórias que o vento não
levou”, de Fernando Figueiredo, 2012. Um agradecimento especial a todos
aqueles que ajudaram no resgate das informações para a memória do rádio na
região e estímulo para novas pesquisas pelos apaixonados pela comunicação
arcoverdense.
Rádio Bandeirante no Diário de Pernambuco:
18-08-1964 - Diário de Pernambuco,
4ª col. goo.gl/GxytpL : «-do sr. Airon Rios autorizando o Executivo a abrir o
crédito de Cr$ 500 mil para auxiliar a instalação da Rádio Bandeirante de
Arcoverde. »
23-08-1964 -
Diário de Pernambuco, 1ª col. goo.gl/Q44NOX : «Resposta. O
Campinense responderá, amanhã, ao convite recebido para fazer duas
apresentações em Arcoverde, nos dias 11 e 13 de setembro, mediante 600 mil
cruzeiros, na inauguração da Rádio Bandeirante, local. »
11-09-1964 – Diário de Pernambuco,
3ª col. goo.gl/DZNhK7 : «Rádio.
Hoje, ao meio-dia, a inauguração de mais uma emissora de rádio no Estado: Rádio
Bandeirante de Arcoverde, que vem funcionando em caráter experimental, há
alguns dias. »
22-09-1964 - Diário de Pernambuco,
7ª col. goo.gl/YjYdVm : «Arcoverde. O sr. Áureo Bradley pediu um voto de
congratulações com o povo de Arcoverde pela inauguração, ali, da Rádio
Bandeirante, instalada naquela comuna graças aos esforços dos srs. Lúcio Jatobá
e Maurício Ferraz. »
19-09-1967
- Diário de Pernambuco, 5ª col. goo.gl/Uzp9O4 : «Aplausos. Dois requerimentos de aplausos apresentou o
sr. Airon Rios: ao povo e ao prefeito de Arcoverde pela passagem da data de
independência do município; aos diretores da Rádio Bandeirante, em Arcoverde,
pela passagem de mais um aniversário de sua fundação. »
26-01-1968
- Diário de Pernambuco, 1ª col. goo.gl/4Vxwya : «...Mais uma vez a
emissora de rádio de Arcoverde mudará de nome. Agora seus diretores resolveram
chamá-la de Rádio Cardeal. »
22-09-1968 –
Diário de Pernambuco, 3ª col.: goo.gl/JizU3A : «Arcoverde. A rádio
Bandeirante de Arcoverde organizou uma programação especial para solenizar mais
um ano de atividades. Aquela emissora de rádio tem contribuído, de maneira
decisiva, para o desenvolvimento de nossa comuna. Várias promoções e campanhas
já foram organizadas visando o progresso da capital do sertão. »
29-09-1968
- Diário de Pernambuco, 2ª col.: goo.gl/v8eY3G: «Hoje, este
colunista [José Mainart Reis] e a confrade Lena Porto iniciaremos, às 12 e 30
horas, programa social na Rádio Bandeirante. A iniciativa partiu do sr. Paulo
Cardoso, diretor da emissora arcoverdense. »
15-07-1969 -
Diário de Pernambuco, 5ª col. goo.gl/LVdWrC : «Por outro lado, o
presidente da Câmara de Vereadores sr. Augusto Amaury, informou que foi
dirigido um telegrama ao Presidente da República, Marechal Costa e Silva, no
sentido de solucionar o caso do Rádio Bandeirante, que vem causando sérios
prejuízos aos municípios vizinhos, que utilizavam a emissora como meio de
divulgação. A emissora foi fechada em virtude de não vir obedecendo às normas
estabelecidas pelo CONTEL. »
21-07-1969 -
Diário de Pernambuco, 3ª col. goo.gl/fK1ObT: «Documentos
despachados na Junta Comercial...Rádio Cardeal Arcoverde Ltda. »
01-10-1969
- Diário de Pernambuco, 8ª col. goo.gl/XfiOQ1: «Rádio. Comenta-se
na cidade que, dentro de poucos dias, voltará a funcionar o Rádio Bandeirante.
»
21-12-1969 -
Diário de Pernambuco, 3ª col. goo.gl/RHr7WJ : «Arcoverde. Rádio
Bandeirante - Ao chegar o fim de ano todos recebemos presentes de filhos, pais,
namorados, noivos, irmãos ou de amigos. O maior o presente foi Arcoverde que
recebeu. Antes de terminar o ano de 1969 nosso rádio voltou a funcionar para
alegria de todos... Comentando: De última hora me fiz presente domingo na
residência do casal José Henrique Filho e Laurita Henrique, que estavam
comemorando a reabertura do Rádio Bandeirante e que hoje recebe o nome de Rádio
Cardeal Arcoverde. A animação era total e o whisky dominava nas mesas. Também
presente o industrial Joaquim Matias... »
Esta coluna já
apresentou dados de fontes primárias sobre a Rádio Bandeirante e Rádio Cardeal,
disponíveis em https://bit.ly/37TQ2ZM e
(Planilha) https://bit.ly/3giyvOn .
Mais algumas publicações pertinentes
ao tema:
A Gazeta de Arcoverde.
Publicação de Eraldo Chagas (falecido). Por Jacy Moreno Neves (esposa de Luiz
Gonzaga Neves, aposentado do Banco do Brasil, residentes em Arcoverde.)
«No dia 1º de maio, em Arcoverde,
comemorava-se também o aniversário do Serviço de Alto-falantes bandeirante, que
faria em 1993 quarenta e seis anos de atividades, se não tivesse sido abolido,
há muito tempo, em consequência de imperiosa necessidade progressista ter implantado,
nesta cidade, meios de comunicação mais evoluídos.
Funcionava no pavimento superior do
Cinema Bandeirante e, como este, era propriedade de E. Moraes & Irmãos,
pertencendo mais tarde a Otacílio-Toinha Moraes e Armando Pacheco.
Contando com alto-falantes fixados em
pontos estratégicos de algumas ruas, levava ao ar programas os mais variados,
sob a apresentação de locutores contratados em épocas diversas, como: Raimundo
Brito, Rossini Moura, Paulo Cardoso, Edmundo Vital, Zezinho Neves, Gilberto
Carvalho. Havia ainda alguns voluntários, entre os quais: Moacir Magalhães,
Odair Oliveira, Flamarion Moreno, Daniel Ferreira. Ao lado desta brava turma, a
precisão dos controlistas/discotecários: Jarbas Brito, José do Patrocínio,
Rubens Brito, Mário Fernando, entre outros.
Deveras importante foi o desempenho
da Difusora, assim como as influências que espargiu em toda a população. Ela
dava mais vida à Terra do cardeal.
É bom conferir alguma coisa a fim de
se constatar, ou não, a presença de exagero nessas afirmativas:
Durante certo período, desde final
dos anos quarenta, o programa “De alguém para você” entusiasmava jovens e até
mais velhos, a escolherem pseudônimos carinhosos para suas namoradas, ou
flertes, e dedicar-lhes canções – geralmente interpretadas por Francisco Alves,
Nelson Gonçalves, Gilberto Alves, Carlos Galhardo, Dalva de Oliveira, Isaurinha
Garcia, Nora Ney... – cujas letras se assemelhavam a cada caso. Aqueles
decepcionados com a traição, não hesitavam em dar sinal de revanche através da
famosa “Vingança”, cantada por Linda Batista.
O “Álbum Sonoro” participava
aniversários, casamentos, as datas mais significativas em família; os
homenageados sentiam-se vaidosos e gratificados com músicas ofertadas pelos
seus entes mais queridos. Aos primeiros acordes de “Amoureuse”, os ouvidos, de
prontidão, ansiavam pelas notícias sociais do dia. »
Jornal de Arcoverde, março
de 2008. Homenagem a chefe Paulo. Por Rocky Lane.
«Paulo de Assis Cardoso (Chefe Paulo)
nasceu no dia 12 de 1919, na cidade de Olinda-PE, filho do casal Manoel
Eustáquio Cardoso e da senhora Francisca de Assis Cardoso. Paulo só tinha uma
irmã, Angelita A. Cardoso que ainda jovem foi para o Convento de Bom Conselho e
lá tornou-se freira. Quando Paulo tinha sete anos seus pais foram morar na
cidade de Bom Conselho. O menino não sabia da surpresa que a natureza aprontara
para ele e sua irmã.
Em 1928 morreram várias pessoas
atacadas pela febre espanhola, inclusive os pais de Paulo que foram velados no
convento. Angelita chorando copiosamente abraça o pequeno Paulo e fala para
ele: vou colocar você no aprendizado Agrícola Santa Rosa, no município de
Garanhuns para você estudar e ser um grande homem. No dia seguinte foram
sepultados todos os corpos. Na ocasião foi tocada a música O Silêncio, a música preferida de Paulo.
Angelita colocou Paulo no
Aprendizado. O tempo passava e o diretor ficava admirado com a inteligência de
Paulo. Já rapaz era o melhor corneteiro e recebeu a missão de tocar a Alvorada
para acordar os alunos. Quando Paulo tocava O
Silêncio seus olhos derramavam lágrimas de saudades para regar as flores
que estão no túmulo dos pais.
Os alunos estavam alegres porque
estava perto da formatura e Angelita muito preocupada com as emoções pois a
velha enfermeira era doente do coração e tinha 80 anos de idade.
Os familiares dos alunos chegaram
cantando “Parabéns pra Você”! A última a chegar foi Angelita, sorridente e
muito elegante. Foi aplaudida com o fundo musical O Silêncio.
E começava a chamada dos alunos para
receber seus diplomas. Quando chegou a vez de Paulo Cardoso ele foi aplaudido
de pé porque era estimado pela direção e pelos alunos.
Angelita emocionada chora sem parar e
passa mal, é conduzida para o hospital e pede para colocar sua cabeça no colo
de Paulo Cardoso e falando baixinho agradece a Deus e a direção do Aprendizado
Agrícola Santa Rosa, olha sorrindo para Paulo e depois morre.
O corpo de Angelita foi velado no
convento de Bom Conselho. No dia seguinte foi sepultada a velha e querida de
todos Angelita de Assis Cardoso.
O diretor se aposentou e Paulo foi
nomeado o novo diretor do Aprendizado Agrícola Santa Rosa.
Deixando a direção do Aprendizado que
durou dois anos, Paulo foi nomeado para o cargo de Comissão de Menores e chefe
de escoteiros na cidade de Caruaru.
Tempos depois, em 1940, foi
transferido para Rio Branco, hoje Arcoverde. Em 1943 foi convidado pelo
prefeito tenente Olímpio Marques para ensinar aos alunos da Escola Municipal
Sérgio Loreto, tendo como professora a sra. Olindina Granja. Um fato curioso:
quando Paulo Cardoso formava os alunos para aprenderem o Hino Nacional, os
populares se aproximavam para ouvir aquele momento cívico.
Em 1946 foi convidado pelo sr. Jonas
Moraes para organizar o Serviço de Alto-falantes Bandeirante, a tradicional
Difusora Bandeirante, que foi inaugurada no dia 12 de maio de 1947, onde Paulo
começou a anunciara inauguração do Cinema, o Theatro Bandeirante, que viria a
ser apelidado de GIGANTE DA PRAÇA DA BANDEIRA. Os preparativos estavam chegando
ao final, o prédio estava lindo e lembrava a lendária Broadway de Hollywood.
Finalmente no dia 12 de junho de 1947
era inaugurado o tão esperado cinema com o filme “A Filha do Comandante”, com
Kathryn Grayson, Gene Kelly, July Garland, Red Srelton e Lucile Ball, um filme
da Metro Goldwin Mayer, uma produção
de 1943 [ goo.gl/IsRVCT ].
Paulo Cardoso fez um trabalho na
Difusora Bandeirante inesquecível. Sempre trabalhou com dedicação e carinho.
O último filme que Paulo Cardoso
anunciou na Difusora Bandeirante foi “A Cidade Sem Lei”, com Errol Flynn e Alex
Smith, produção da Warner Bros de 1945, em seguida mais um episódio do seriado
“A Tribo Misteriosa”, com Rocky Lane e Kay Aldrige, produção da Republic Pictures,
de 1943, era uma sessão popular dupla que era exibida aos sábados, o anúncio
foi feito em 1963.
Paulo Cardoso fundou a Polícia Mirim
e a Guarda Noturna, foi diretor Artístico da Rádio Bandeirante e foi também
secretário dos prefeitos Dr. José Cursino e Antônio Franklin Cordeiro, foi
ainda secretário do Departamento de Relações Públicas e fundou o Boletim
Informativo Municipal, prestando contas dos trabalhos da prefeitura e da Câmara
de Vereadores de Arcoverde, na gestão do prefeito capitão Arlindo Pacheco.
Paulo Cardoso morreu tragicamente no
dia 23 de abril de 1978, depois de prestar serviços nas prefeituras de São José
do Egito e Tuparetama. Já era noite e chovia muito quando Paulo Cardoso voltava
para casa. A estrada estava em conserto e no desvio havia uma ponte improvisada
e muito arriscada. No meio da ponte o caminhão tombou mas não caiu. Porém Paulo
Cardoso com medo saltou e quebrou o pescoço e a água o carregou, seu corpo só
foi encontrado no dia seguinte. E assim faleceu tragicamente o primeiro
comunicador de Arcoverde.
Ele foi casado duas vezes. A primeira
com Irene Novaes Cardoso. Tempos depois se divorciou. A segunda esposa foi
Severina Cardoso, com quem teve os filhos Paulo F. Cardoso, José Alcântara F.
Cardoso, Jussara F. Cardoso e Iara Feitosa Cardoso.”
História do Cinema Bandeirante. José Leite Duarte Arcoverde. 2011. Página 24.
«Na década de 1940 até a metade da
década de 50 a energia era fornecida por um motor que funcionava até as 22
horas. Por este motivo, os irmãos Moraes enfrentaram dificuldades para a
inauguração do cinema.
Foi quando Jonas Moraes comprou um
possante motor e foi inaugurado o serviço de Alto-falantes Bandeirante, a
tradicional Difusora Bandeirante. Em cada bairro foi colocado um alto falante e
durante o dia eram apresentados os programas: Aquarela do Sertão, Cartazes
Cinematográficos, Fala Arcoverde, O luar do Sertão e a tradicional Hora do
ângelus, Ave Maria.
A inauguração da Difusora Bandeirante
foi no dia 1º de maio de 1947. Com isso, a cidade de Arcoverde que estava
esperando uma vida nova, pôde ser comtemplada com a primeira forma de
comunicação que era usada na época. Com o passar dos anos essa difusora foi
abrindo espaço para as primeiras emissoras de rádio loca.
Arcoverde começava a construir o
progresso. A mudança foi rápida, pois os comerciantes já podiam divulgar os
seus produtos para melhor comercialização, em tempos seguintes Arcoverde ficou
conhecida como “Cidade Progressista do Sertão Pernambucano”, passando a ser
chamada de Capital do Sertão.
No dia 1º de junho de 1947, a
Difusora Bandeirante apresentou uma programação voltada especialmente para a
inauguração do Cinema Bandeirante. O filme escolhido foi um clássico da Metro
Goldwyn Mayer, uma produção de 1943, intitulado “A Filha do Comandante”. Seu
elenco era composto por Kathrin Grayson, Gene Kelle, Margarete Obrien, Virgínia
Obrien, June Alison, Judy Garland, Lucille Bale e Red Skelton. (ver: http://goo.gl/wLukRg )
Às 18 horas daquele dia histórico,
começa a venda de ingressos. A praça da Bandeira estava tomada pela multidão,
cada um fazia de tudo para ser o primeiro a entrar. Naquela morável noite, o
Cinema Bandeirante estava feliz em receber os habitantes sem nenhum tipo de
discriminação, pois perante Deus todos são iguais.
É iniciada a projeção com um
documentário sobre a Grande Segunda Guerra Mundial, nossa luta pela liberdade
“There shall be freedon”. Em seguida, começava o filme inaugural. Foi uma noite
inesquecível, eu olhando para a multidão e perguntava a mim mesmo até quando não
teríamos noites iguais aquela.»
Depoimentos sobre a Rádio Bandeirante.
Nos cinco anos de existência da Rádio
Bandeirante muitas pessoas participaram da construção da base da nossa
comunicação. Desde políticos, diretores e, especialmente, os funcionários. Sempre
movidos pelo sentimento de afeição e gentilezas, alguns participantes prestaram
depoimentos a esta coluna que representam aquele tempo.
Sebastião
Calado Bastos.
Historiador. Autor do livro "Arcoverde. História Político-Administrativa".
1995. Reside em Brasília-DF desde 1964. Ao chegar à novel capital e vendo que
em Brasília estava tudo por fazer foi dar seu quinhão laborativo
à construção civil. Algum tempo depois foi trabalhar no Senado Federal, na
área contábil-financeira, onde se aposentou em 1992. Daí em diante vive seus
dias girando em torno de pesquisas.
«Pede-me o Dr. Salviano meu depoimento sobre a Rádio
Bandeirante de Arcoverde. Quando saí de Arcoverde a Rádio Bandeirante ainda não
estava em operação. O Serviço de Alto-falantes Bandeirante era nosso único meio
de "diversão" musical, à época, em nossa Arcoverde.
Era
nossa única forma de ouvir música. Havia rádios valvulados, claro, mas estes
poucos ficavam confinados ao recesso de alguns lares.
Música
mesmo, além da Difusora, existia em algumas residências "bafejadas"
com as preciosidades de "vitrolas" ou "radiolas".
Os
meninos/adolescentes, pobres como eu, se quisessem ouvir música nos horários de
"descanso" da Difusora, paravam discretamente sob algum pé
de fícus benjamim, que conhecíamos como "pé de figo", para
sorver as vozes melodiosas de Cauby Peixoto, Altemar Dutra, Ângela Maria,
Augusto Calheiros e Nélson Gonçalves, entre tantos outros. Interessante lembrar
que os "pés de figo" que existiam em toda a extensão da Cel. Antônio
Japiassu (que teimosamente era chamada por alguns de Rua Grande e Rua Larga)
foram erradicados tendo em vista a praga de "lacerdinhas" que se
abateu sobre a cidade.
Como
sempre fomos amantes de música, juntávamo-nos a outros com o mesmo
gosto e íamos a um outro local para ouvi-la. Onde? Ora, lá para as bandas
do São Cristóvão, "escorregando" um pouco para o lado do Tamboril,
mais precisamente (se é que me entendem) onde morava o pecado. Lá, ouvíamos
deliciados músicas de Núbia Lafaiete, Cláudia Barroso, Anísio Silva, Orlando
Dias e tantas outras. Vejam como era engenhosa a vida dos adolescentes daquela
época.
Mas
não quero fugir muito do escopo principal da minha narrativa.
Voltando
à Difusora Bandeirante. Não sei muito.
Há
que se lembrar também dos locutores José Raimundo Leite e de Edmundo Vital.
Este, a meu ver, dono de uma maviosa voz. Os dois, pelo que me consta,
foram residir, de há muito, em São Paulo.
Tudo
era muito precário naqueles tempos.
Para
se ter uma ideia, as notícias sobre os acontecimentos no país nos chegavam
através da Difusora com muita dificuldade. E assim mesmo, muito poucas. Sei que
existia um funcionário no DER ou DNER de Arcoverde, dos Cursinos (não recordo
qual) que enviava notícias para a Difusora que as divulgava. Essas notícias,
com certeza, chegavam ao DER ou DNER através do telégrafo.
Bom
lembrar também que havia telégrafos na Estação do Trem e nos Correios. Desses
Órgãos era impossível se conseguir essas facilidades, até pela
irascibilidade dos seus chefes.
Percebem
como era difícil (quase impossível) Arcoverde se "conectar" com o
Brasil?
Quão
difícil e precário era viver em Arcoverde àquela época. Mas era bom. Muito bom.
Ótimo, melhor dizendo.
Tudo
isso era compensado com o "footing" da Praça da Bandeira, aos
domingos à noite, em volta do Gigante Cine Bandeirante. Quantos amores surgiram
aí. Quantas paixões silentes aí nasceram e se arrastaram pela vida inteira, sem
um desabrochar esplendoroso, devido ao rigor dos pais daquela época. A classe
social era muito valorizada. Bobagens de uma época. Tolices de alguns.
O
Serviço de Alto Falantes Bandeirante cobria grande parte da cidade com suas
"bocas falantes". Lembro inclusive, Salviano, que em frente à
sua casa na Praça Barão do Rio Branco (e disso sei porque morei ali também,
creio que no número 151), existia uma "boca" dessas. Bem em
frente à Estação Ferroviária.
Pois
bem. Havia uma figura ímpar, um esteio, uma voz tonitroante no Serviço de Alto
Falantes Bandeirante. PAULO CARDOSO. Sim! Sua voz potente fazia
"estremecer" até a Serra da Caiçara. Havia um instante quase
divino todos os dias em Arcoverde, mais precisamente às 18 horas, quando
Paulo Cardoso lia a AVE MARIA composta por Carlos Rios. Sou testemunha de
que pelo menos metade da população de Arcoverde quedava-se contrita, em
silêncio, para ouvir o que Paulo "dizia" nesta Hora do Ângelus. Minha
mãe, a exemplo de muitas outras pessoas (e desse ato eu participava), chegava a
persignar-se. Como disse, muitos o faziam.
'AVE
MARIA!
RAINHA
PURA E DITOSA DOS HOMENS PECADORES. SANTA RADIOSA DOS CÉUS. HORA DOCE E
EMOCIONANTE ENTRE O DIA QUE MORRE E A NOITE QUE SURGE. AS CRIATURAS, PERDIDAS
NA INQUIETAÇÃO QUE INVADE A TERRA, OLHAM O FIRMAMENTO ANSIOSAS PELA LUZ DAS
ESTRELAS QUE COMEÇAM A INUNDAR A IMENSIDADE.
AVE
MARIA! PAZ E RECOLHIMENTO PARA OS ESPÍRITOS, CONFORTO E ESPERANÇA PARA AS
ALMAS. O HOMEM DOBRA OS JOELHOS, ABRANDA A SUA IRA, ESQUECE OS SEUS SOFRIMENTOS
E ABRE O SEU CORAÇÃO NESTA HORA TERNA DE PIEDADE E DE RECOLHIMENTO.
O
SEU PENSAMENTO VOA PARA O CÉU, QUAL GIGANTESCO PÁSSARO AUDACIOSO QUE SOLTASSE
NA AMPLIDÃO AS SUAS ASAS DOIRADAS.
AVE
MARIA! AS CATEDRAIS E AS CAPELAS HUMILDES ENTOAM AO MESMO TEMPO A SUA ORAÇÃO,
QUE O BRONZE SECULAR COBRE DE SONS DIVINOS ENCHENDO O ESPAÇO DE HARMONIAS
INEFÁVEIS.
AVE
MARIA! HORA DA PRECE E DO PERDÃO. HORA DOS FIDALGOS E DOS PLEBEUS. HORA DOS
CRISTÃOS DE TODAS AS IDADES E DOS FILHOS DE DEUS DE AMBOS OS HEMISFÉRIOS.
AVE
MARIA! HORA GRANDIOSA DE DEUS, TRAÇO DE UNIÃO DIVINA ENTRE A CRIATURA E O
CRIADOR, HORA MÁGICA DA HUMANIDADE QUE ABRE UM DOIRADO CAMINHO DE LUZ ENTRE A
TERRA ANGUSTIADA E O CÉU BENDITO.
AVE
MARIA!' "
Pois
então. Neste momento mágico, todos os dias, à Hora do Ângelus, adentrávamos às
noites sempre gostosamente frias de nossa Arcoverde.
Devo
a esta Ave Maria e ao Paulo Cardoso muito do que minha mãe terrena me
passou para encarar a vida com amor e retidão.
Por
fim, resta dizer que muitas vezes, após o término desta verdadeira oração,
rolavam lágrimas furtivas em nossas faces. O que ocorre comigo agora. »
Maria Bernadete Galvão.
Locutora até o fechamento da Rádio Bandeirante. Fez Direito na USP, é
aposentada, ex-funcionária do TRF e reside em São Paulo, capital.
«De volta ao passado
conduzida pelo meu caro amigo Dr. Pedro Salviano Filho relembro meus primeiros
passos na Rádio Bandeirante de Arcoverde, mãe da hoje Rádio Cardeal.
Idealizada pelo sr. Otacílio Moraes, sem dúvida um
dos melhores prefeitos que Arcoverde teve, a Bandeirante foi entregue ao
comando de Lúcio Jatobá, um bancário que se tornou um excelente radialista. Sob
seu comando trabalharam Gilberto Carvalho, Francisco Maciel, Daniel Alves,
Carlos Alberto Miro, João Vieira, João Gomes, Hélio Andrade, Mário Fernando, eu
e tantos outros, a maioria vindos da difusora Bandeirante, serviço de
divulgação dos filmes que eram exibidos no maravilhoso Cine Bandeirante, hoje
extinto.
Um grande elenco, principalmente, na cobertura dos
eventos esportivos e no noticiário local e de outras regiões, a Bandeirante foi
ao ar durante um bom tempo com programas de excelente nível. Infelizmente a
Rádio Bandeirantes de São Paulo questionou na Justiça por causa do nome e de
nada valeram os argumentos arcoverdenses.
Extinta a Bandeirante iniciou-se o processo de
criação de atual Rádio Cardeal.
Deixemos para trás o que foi. O progresso caminha a
passos largos. Hoje somos apenas memórias. Estamos em outros momentos. »
Jota Mildes – Locutor e
programador da Rádio Bandeirante de Arcoverde. Escultor, jornalista, reside em
Brasília, DF.
«Prezado
Salviano,
Não sei se você lembra-se de mim. Sou também um dos fundadores da Rádio Bandeirante de Arcoverde. Acompanhei junto a Lúcio Jatobá todo o processo de fundação da emissora. Fui um dos programadores junto com Lúcio e Paulo Cardoso e lembro-me perfeitamente da sua importante participação como crítico de cinema. Achava seus comentários muito bem fundamentados. Antes da rádio fazia locução nos Serviços de Alto-falantes do Cine Bandeirante (junto com Paulo Cardoso e Flamarion) e do Cine Rio Branco. Nunca esqueci a felicidade que sentimos quando da inauguração da Rádio Bandeirante de Arcoverde (que depois mudou o nome para Rádio Cardeal Arcoverde). Estudei também no Grupo Escolar Cardeal Arcoverde, que ficava bem em frente da minha casa, do outro lado da linha do trem (Rua Padre Roma, 234) e no Ginásio Cardeal Arcoverde onde fui aluno de Padre Delson (religião), de Dr. Airon Rios (História), de Prof. Danilo (Francês), etc. Sou jornalista e escultor (em Arcoverde fiz naquela época, quando o prefeito era o Sr. Antônio Franklin Cordeiro, os bustos de Arcelino de Brito, Barão do Rio Branco, Zeferino Galvão, Cel. Antônio Japiassu e outras personalidades políticas, além da estátua (tamanho natural) do Dr. Freire Filho (colocada em frente do Cine Bandeirante). Tenho hoje mais de cem esculturas colocadas em logradouros públicos do nordeste e do Distrito Federal. Meu trabalho de destaque internacional é a estátua do vaqueiro Raimundo Jacó (Missa do Vaqueiro de Serrite-PE) que me foi encomendada pelo próprio cantor Luiz Gonzaga em 1973. Atualmente resido em Brasília. Hoje busco pela internet notícias da nossa boa terra e fiquei feliz ao receber o seu e-mail. Desde que sai de Arcoverde, no ano de 1965, poucas vezes voltei lá. A saudade é muita!
Um abraço fraternal,
JOTA MILDES»
Não sei se você lembra-se de mim. Sou também um dos fundadores da Rádio Bandeirante de Arcoverde. Acompanhei junto a Lúcio Jatobá todo o processo de fundação da emissora. Fui um dos programadores junto com Lúcio e Paulo Cardoso e lembro-me perfeitamente da sua importante participação como crítico de cinema. Achava seus comentários muito bem fundamentados. Antes da rádio fazia locução nos Serviços de Alto-falantes do Cine Bandeirante (junto com Paulo Cardoso e Flamarion) e do Cine Rio Branco. Nunca esqueci a felicidade que sentimos quando da inauguração da Rádio Bandeirante de Arcoverde (que depois mudou o nome para Rádio Cardeal Arcoverde). Estudei também no Grupo Escolar Cardeal Arcoverde, que ficava bem em frente da minha casa, do outro lado da linha do trem (Rua Padre Roma, 234) e no Ginásio Cardeal Arcoverde onde fui aluno de Padre Delson (religião), de Dr. Airon Rios (História), de Prof. Danilo (Francês), etc. Sou jornalista e escultor (em Arcoverde fiz naquela época, quando o prefeito era o Sr. Antônio Franklin Cordeiro, os bustos de Arcelino de Brito, Barão do Rio Branco, Zeferino Galvão, Cel. Antônio Japiassu e outras personalidades políticas, além da estátua (tamanho natural) do Dr. Freire Filho (colocada em frente do Cine Bandeirante). Tenho hoje mais de cem esculturas colocadas em logradouros públicos do nordeste e do Distrito Federal. Meu trabalho de destaque internacional é a estátua do vaqueiro Raimundo Jacó (Missa do Vaqueiro de Serrite-PE) que me foi encomendada pelo próprio cantor Luiz Gonzaga em 1973. Atualmente resido em Brasília. Hoje busco pela internet notícias da nossa boa terra e fiquei feliz ao receber o seu e-mail. Desde que sai de Arcoverde, no ano de 1965, poucas vezes voltei lá. A saudade é muita!
Um abraço fraternal,
JOTA MILDES»
Lúcio Flavo Brainer
Jatobá. Bancário, locutor, idealizador da Rádio
Bandeirante de Arcoverde. Foi advogado criminalista em Recife. Faleceu em abril
de 2005, aos 67 anos. Depoimento do filho Laiete Jatobá Neto, advogado em
Recife, PE.
Fotos de Lúcio Flavo Brainer Jatobá
(18/08/1941 – 18/05/2005). Um dos pioneiros na radiodifusão de Arcoverde.
Arquivo da família.
«De
fato, Lúcio Flavo Brainer Jatobá chegou a Arcoverde-PE, onde nasci (1964), no
início da década de 1960.
Era funcionário do Banco do Brasil e, apesar dos
vinte e poucos anos (nasceu em 18/08/1941), já tinha alguma experiência em
rádio.
Pelo que ouvia dele, intrigava-se pelo fato
de a população de Arcoverde ter como certa a impossibilidade daquela Cidade ter
uma estação de rádio, em razão, salvo engano, da existente Rádio Jornal do
Commercio, em Pesqueira.
Pesquisou e inteirou-se da possibilidade de
criação da hoje Rádio Cardeal.
Tenho poucos informes concretos.
Salvo engano, uniu-se a comerciantes locais e
criou uma sociedade de capital e trabalho, viabilizando o funcionamento da
Rádio Bandeirante.
Não disponho de fotos ou dados concretos.
Nossa mãe tinha algumas fotos muitos antigas,
mas não sei se relacionadas diretamente com o trabalho em Arcoverde. Posso
investigar.
Disponho (e infelizmente a recordação vem) a
foto da lembrança da missa de sétimo dia, em que há uma grande imagem dele como
locutor.
Estou às ordens para ajudar no que for
possível e resgatar essa bonita história de nosso pai, que marcou a vida de
Arcoverde, apesar de tão pouca idade
Meu pai foi (o exemplo o imortaliza) uma
pessoa cuja história e trabalho devem ser resgatados, especialmente o
desenvolvido na fundação de uma estação de rádio, nos anos 1960, ainda muito
jovem. A cidade de Arcoverde merece conhecer melhor alguém que tanto fez por
ela.
Alguém que ensinou aos cinco filhos que se
pode recomeçar sempre, como ele, que iniciou a Faculdade de Direito aos
quarenta anos de idade e se tornou um dos grandes advogados de Pernambuco e do Brasil,
provendo a família como acadêmico, sem esmorecer nem abandonar o bom combate.
Laiete Jatobá Neto»
Odair Oliveira, Dadá.
Atual Severino Dadá. Rio de Janeiro, RJ. Montador e editor de som de cinema.
Em depoimento pessoal, em novembro
2015, o locutor da Rádio Bandeirante por pequeno período, o pedrense Severino
de Oliveira Souza conta sua odisseia até chegar a ser considerado
um dos principais e mais criativos montadores e editores de som do cinema
brasileiro (ver goo.gl/l9MFzF).
Pela influência de Giovani Porto, que tomava conta do cinema Rio
Branco com o Dr. Nilson, ele teve sua iniciação de locutor do cine Rio Branco
por um período pequeno e depois entrou para o Serviço de Alto-falantes
Bandeirante. Com a experiência adquirida foi convidado por Paulo Cardoso para
ser locutor da Rádio Bandeirante. Embora permanecendo naquela emissora por curto
período, destacou-se como locutor. Como “titio Dadá” conquistou rapidamente a
criançada com o programa “Teatrinho Infantil Bandeirante”, sendo carinhosamente
acolhido nas mais diversas festinhas de aniversários das crianças
arcoverdenses. Por questão política teve que se afastar (foi preso pela
Ditadura) da emissora, o que lhe valeu, depois de um tempo, como hoje
reconhece, a sorte de encontrar a sua verdadeira profissão que o destaca como
um dos principais montadores e editores de som do cinema.
Gilberto Carvalho – Roberto José de
Carvalho (falecido).
Iniciado no Serviço de Alto-falante Bandeirante,
foi um dos primeiros locutores da Rádio Bandeirante, ainda na fase
experimental. Depois de se destacar como locutor por alguns anos, foi levado para
Rádio Clube de Pernambuco, em Recife.
13-07-1983
- Diário de Pernambuco, 5ª col. goo.gl/ZpGer6 : «Rádio.
Noticiarista. O noticiarista Gilberto Carvalho, que há mais de 10 anos
apresenta o noticiário "O mundo em suas mãos", através da Rádio
Clube, começou sua carreira na Rádio Bandeirante de Arcoverde (hoje Rádio
Cardeal Arcoverde) em 1965 [1964]. Giba, como é chamado por seus colegas,
começou sozinho na apresentação do "O mundo em suas mãos" em 1972, e
hoje divide as apresentações com Adelmo Cunha e Paulo Roberto, dentro da nova
dinâmica de programação da Pioneira.... »
Lima Ferreira – Arcoverdense,
atualmente com 65 anos de idade, continua sendo locutor. Tem sua http://radiolima.com.br/ e é proprietário
da Lima Ferreira Publicidade, além de carros de som.
«Toda minha formação profissional foi
na Rádio Bandeirante. Com 16 anos eu era office
boy, aos 16 foi controlador de som e aos 17 locutor. No dia 17 de março de
1969 vi a rádio Bandeirante ser fechada pelo pessoal do Dentel (Departamento
Nacional de Telecomunicação). Nove meses depois ela voltou, agora com o nome de
Rádio Cardeal. »
Iconografia da Rádio Bandeirante de Arcoverde
Após a reforma de 1941 o cine Rio Branco passou a
ter um serviço de alto-falantes para divulgação interna (ver https://bit.ly/314lgvN).
No Serviço de Alto-falantes
Bandeirante, que funcionava no primeiro andar do Cine Bandeirante: José Leite
Duarte (Rocky Lane) e Odair Oliveira (Severino Dadá).
Em pé, da esquerda para direita: Artur Lima, Paulo
Cardoso Filho, Daniel Alves, Lulinha Tenório, Givanildo Maciel, José Leite Duarte (Rocky Lane), Murilo Lira,
João Gomes, Gaudêncio Vilela, Lucas Tenório, desconhecido, Fernando Carlos.
Sentados: sobrinha e Severina Cardoso, Zezinho Cardoso (filho de Paulo Cardoso), Lima Ferreira, Nelson da Antártica, Rossini Moura, Paulo Cardoso, Maria Bernadete Galvão, Francisco Maciel e Félix Tavares. Foto em 11 de setembro de 1965, em almoço de confraternização no Hotel Magestic.
Sentados: sobrinha e Severina Cardoso, Zezinho Cardoso (filho de Paulo Cardoso), Lima Ferreira, Nelson da Antártica, Rossini Moura, Paulo Cardoso, Maria Bernadete Galvão, Francisco Maciel e Félix Tavares. Foto em 11 de setembro de 1965, em almoço de confraternização no Hotel Magestic.
Lima Ferreira, Antônio Ferreira, José Leite Duarte (Rocky Lane), Severino [Biu, radiotelegrafista
do DNER], Severino Dadá e Francisco Maciel, na Rádio Bandeirante.
Em pé, da esquerda para direita: desconhecido, Mário
Fernando, Gilberto Carvalho, Carlinda, Sebastião Caranguejo, Paulo Cardoso,
desconhecido, desconhecido, desconhecido, Severino Dadá, desconhecido, Beto da
Oara, Daniel Alves, Félix Tavares e José
Leite Duarte (Rocky Lane).
Sentados: Lulinha Tenório, desconhecido, Antônio
Ferreira, Severino (Biu) radiotelegrafista, João Gomes, Zé Nilton, Lima
Ferreira e Francisco Maciel.
1966 - 2º
Aniversário da Rádio Bandeirante de Arcoverde. Flâmula comemorativa.
João Gomes, Paulo Cardoso, José Leite Duarte (Rocky Lane), Lulinha Tenório,
Hélio Andrade [redator de notícias], Givanildo Maciel, Lima Ferreira. Foto
de 11 de setembro de 1966, em frente à Prefeitura Municipal de Arcoverde.
Da esquerda para direita: Ivanildo Oliveira (cantor
romântico), Maria Bernadete Galvão, Carlinda, Givanildo Maciel, Lima Ferreira,
João Gomes, Francisco Maciel, Sílvio Roberto Camelo, Nadinho (Reginaldo Silva),
Antônio Franklin, Paulo Cardoso, demais são desconhecidos. Almoço no Hotel Magestic
Lima Ferreira, Nadinho (Reginaldo Silva), desconhecido,
Murilo de Oliveira Lira, desconhecido, desconhecido, Paulo Cardoso, Maria
Bernadete Galvão, José Leite Duarte (Rocky Lane), José Siqueira (cobrador
da Rádio Bandeirante) e seu filho Luiz.
Desconhecido, desconhecido, desconhecido, Givanildo
Maciel, Lima Ferreira, Paulo Cardoso, Armando Pacheco de Albuquerque, desconhecido,
desconhecido, José Siqueira (cobrador da Rádio Bandeirante), Lulinha Tenório, José Leite Duarte (Rocky Lane), Félix Tavares,
Gilberto Carvalho, Mário taxista.
Atrás, da esquerda para direita:
Paulo Cardoso, Lulinha Tenório, Lima Ferreira, Givanildo Maciel, Gilberto
Carvalho, ), José Siqueira
(cobrador da Rádio Bandeirante), José
Leite Duarte (Rocky Lane), Luizinho, filho
do Siqueira, João Gomes, Reginaldo Silva;
[frente}: Sebastião Caranguejo, Maria Bernadete Galvão, Francisco Maciel, Félix
Tavares, Silvio Roberto Camelo e Artur Lima.
Da esquerda para direita: Carlos
Alberto Miro, Francisco Maciel, Paulo Cardoso, José Leite Duarte (Rocky Lane) e
Félix Tavares. Estúdio da rádio Bandeirante de Arcoverde.
Em pé, da esquerda para direita: José
Leite Duarte (Rocky Lane), José Siqueira (cobrador da Rádio
Bandeirante), Iraíldes e Gilberto Carvalho.
Sentados: Severino (Biu), Severino Dadá, Daniel Alves e José Nilton.
15-09-1971 – Diário Oficial, bit.ly/1OFRqOf, 4ª col.: (foto) «Em Arcoverde. Na cidade de Arcoverde,
às 19 horas do sábado, o governador Eraldo Gueiros, acompanhado do
vice-governador Barreto Guimarães, inaugurou as novas instalações da Rádio Cardeal Arcoverde, onde foi feita a
aposição do seu retrato, durante a solenidade a que estiveram presentes o
prefeito Giovani Porto, sr. Áureo Bradley, diretor do BANDEPE, e outras
autoridades civis e militares. Após a cerimônia, que teve como orador oficial o
sr. José Áureo Bradley, diretor da Rádio Cardeal Arcoverde, o chefe do
executivo pernambucano foi homenageado pelas bandas marciais dos colégios
Estadual de Arcoverde e Industrial Carlos Rios.»
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