Uma das primeiras mansões de Arcoverde


JORNAL DE ARCOVERDE n.294 – Novembro/Dezembro de 2016

Uma das primeiras mansões de Arcoverde

Pedro Salviano Filho


Foto do livro Ícones. Patrimônio Cultural de Arcoverde, Roberto Moraes, Recife, 2008, pág.45, do acervo da família Britto, obtida entre 2006/2007.


Casa construída em 1918 por Augusto Cavalcanti para receber seu pai, o ministro André Cavalcanti.  Ficava vizinha à feira de gado no Tamboril. Nessa casa funcionou, de 1932 a 1936, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, DNOCS. Atualmente pertence à família Britto.  Foto Jornal de Arcoverde, dezembro de 2016. Está localizada na rua que homenageia seu nome. goo.gl/L5ukvO

André de Albuquerque Cavalcanti (André Cavalcanti), ministro do Supremo Tribunal Federal, que ficou hospedado em março de 1919 na casa construída pelo filho Augusto Cavalcanti.

Augusto Cavalcanti (de Albuquerque) nasceu em 1882 e chegou a Arcoverde (então Vila Rio Branco) há 100 anos e, nos 6 anos em que aqui intensamente viveu, demonstrou a sua capacidade empreendedora e visão de futuro, realizando obras que mudaram o rumo da região. Empresário e agropecuarista, ele revolucionou e impulsionou a vila construindo o cinema Rio Branco e implantando a luz elétrica no final de 1919. Bem relacionado com a imprensa, seu nome começou a aparecer nos jornais em 1917, quando passa a participar de exposições agropecuárias em Recife mostrando os produtos da sua fazenda Boa Vista, da “Estação Rio Branco” (como também era chamada a vila Rio Branco). Em 1918 ele manda construir a bela residência que no ano seguinte acolherá seu pai, o ministro do Supremo Tribunal Federal André Cavalcanti. O seu novo casamento, realizado no final de 1919, como também as inaugurações do cinema e luz elétrica, são o ponto alto das atividades do coronel. Em 1921, aos 39 anos, ele morre envenenado por parente da sua bela mulher.
Para aqueles que se interessam pelo tema, sugerimos a leitura de outros artigos desta coluna:  https://bit.ly/2NpZRoM https://bit.ly/2YoGz9A e https://bit.ly/2NrEe7i .

23-11-1917A Provincia, goo.gl/EVAuAv , 7ª col.: «A Inspetoria veterinária de Pesqueira remeteu os títulos de inscrição aos srs.: [...] Augusto Cavalcanti de Albuquerque [...] .»
21-12-1917A Provincia, goo.gl/L8o7UY  2ª col.:  «Exposição dos municípios. Já em Rio Branco o Sr. Augusto Cavalcanti. [...] o sr. Augusto Cavalcanti do município de Pesqueira: galinhas brancas [...].»
29-12-1917 - Jornal do Recife, goo.gl/3KmCLp , 4ª col.: «Exposição dos municípios. Uma entrevista com o coronel Augusto Cavalcanti sobre agricultura. Foto: Alguns produtos da fazenda Boa Vista do coronel Augusto Cavalcanti Estação Rio Branco.» Mais:  19-12-1917 Jornal do Recife, goo.gl/0mnRa8 ,5ª col.
17-07-1918Jornal do Recife, goo.gl/zFjds4 , 5ª.col.: «O cel. Augusto Cavalcanti e a lagarta rosada do algodão (praga Zerofino).»
1919 -«Foi para receber o pai que o Coronel mandou construir [em 1918] uma de nossas mais belas casas de residência, algum tempo depois vizinha à feira de gado do Tamboril e onde esteve entre os anos de 1932 e 1936, em Rio Branco, as Obras Contra Secas.» (Município de Arcoverde (Rio Branco). Cronologia e outras notas. Luís Wilson, 1982, pág. 93). 
13-03-1919 -  A Provincia, goo.gl/SgEkuN , 1ª col.: Ministro André Cavalcanti. «[...] Veio de sua viagem ao interior do estado, onde teve ocasião de visitar a casa onde nasceu.»
26-11-1919 - Jornal do Recife, goo.gl/CSnMPs , 1ª  col.: «Aos parentes e amigos. Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Theodolina Cavalcanti de Albuquerque participam seu casamento. Rio Branco, 13 de novembro de 1919.» Checado em livro de registro civil: goo.gl/bQOXQb .
02-01-1920Correio da Manhã , goo.gl/2psxPF ,  7ª col.: «[...] - A vila de Rio Branco, deste município, acaba de inaugurar a luz elétrica e um cinema.»
15-01-1920 - Jornal do Recife , goo.gl/Wa1FEI , 7ª col.: «[...] - O cinema "Rio Branco" tem proporcionado encantadoras "soirées" aos seus "habitués". A luz elétrica, quer pública, quer particular, fornecida pelo coronel Augusto Cavalcanti, continua regular, esperando este cavalheiro entrar em acordo com o município afim de melhor servir ao público em geral. Presentemente o coronel Augusto Cavalcanti fornece gratuitamente a iluminação pública o que vem provar a sua boa vontade de colaborar no progresso de Rio Branco. Rio Branco, 11-1-1920 (Do Correspondente). » [Sobre o cinema https://bit.ly/31gJcfg].
13-02-1920 - Jornal do Recife ,- goo.gl/kBvYnk   1ª col.: «[...] O coronel Augusto Cavalcanti demonstrou-se conosco em amistosa palestra, sobre o adiantamento de Rio Branco e outros assuntos, mostrando-se sobremodo interessado pelos progressos de sua terra. Somos agradecidos à cativante atenção do estimado cavalheiro.»
13-03-1920 - Jornal do Recife, goo.gl/cD5h55 , 1ª col.: «Pelos municípios - Rio Branco - A empresa do cinema "Rio Branco" não tomou conhecimento de um memorial que lhe foi dirigido por alguns frequentadores (a minoria) daquela casa de diversão. O coronel Augusto Cavalcanti, proprietário do citado cinema, agiu neste caso com todo critério ficando as famílias plenamente satisfeitas com a sua resolução. Para garantir a ordem, ali ameaçada de perturbação, foram postados dois policiais às ordens do respectivo subdelegado, senhor Tibúrcio Moura. Felizmente, até hoje, a ordem não foi alterada pelos descontentes com a resolução do coronel Cavalcanti.»
24-11-1920 - Jornal do Recife , goo.gl/BkEi51, 6ª col.: «Melhoramento em Rio Branco. Devido em grande parte aos esforços do ilustre sr. coronel Augusto Cavalcanti acaba de ser inaugurada em Rio Branco a iluminação elétrica. A propósito desse importante melhoramento recebemos dali o seguinte telegrama: "Foi inaugurada ontem ocasião chegada trem, luz elétrica estação Rio Branco com excelente resultado, reinando geral satisfação passageiros e habitantes desta futurosa localidade. Houve grande entusiasmo por este importante melhoramento, para o qual muito tem se esforçado o coronel Augusto Cavalcanti, concessionário da empresa. - Comissão festejos».
12-05-1921 - Jornal do Recife, goo.gl/b0uS6I , 4ª col.: «Coronel Augusto Cavalcanti de Albuquerque. Realizou-se ontem, às 10 horas da manhã, em a necrópole de S. Amaro, o enterramento do saudoso coronel Augusto Cavalcanti de Albuquerque, filho do ilustre pernambucano, o venerando presidente do Supremo Tribunal Federal, dr. André Cavalcanti. O enterro efetuou-se na catacumba no. 113 da municipalidade, sendo o coche fúnebre, que era de primeira classe, acompanhado de inúmeros carros, conduzindo amigos do morto e pessoas de sua desolada família. Sobre o riquíssimo ataúde viam-se grade número de coroas com inscrições denotadoras de saudade e muitas flores naturais no mesmo depositadas por mãos amigas. O extinto, que era grandemente relacionado em o nosso meio social, por suas belas qualidades de caráter, era casado com a exma. sra. d. Theodolina Freire Cavalcanti, de cujo consórcio deixa um filhinho de tenra idade. Mais uma vez sentimentamos à desolada família Cavalcanti de Albuquerque, especialmente à viúva do morto e ao seu ilustre pai, o dr. André Cavalcanti.» [Ver também  https://bit.ly/31gJcfg].
Do livro Velhos e Grandes Sertanejos, 1º vol. Recife, 1978 – Luís Wilson. Pág. 359. Cap. 29:
«AUGUSTO DE ALBUQUERQUE CAVALCANTI  (CEL. AUGUSTO CAVALCANTI)
O velho português e Mestre-de-Campo da Ribeira do Moxotó, Pantaleão de Siqueira Barbosa (v. o capítulo deste nome), ali chegado na primeira metade do século XVIII, casou com Ana Leite de Oliveira (filha única de Belchior Leite de Oliveira) e deixou o casal 7 filhos, todos eles famosos, entre os quais o Cel. Joaquim Inácio de Siqueira Barbosa, que casou com Maria de Jesus Bezerra Cavalcanti e foram os pais de 20 filhos ("os 20 de Pesqueira"), um dos quais (o 20°), o Cel. José Camelo Pessoa de Siqueira Cavalcanti.
Este, casou com D. Maria da Penha Cavalcanti, filha de Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque Arcoverde e de Teresa de Siqueira Cavalcanti, que foram também os pais, entre outros filhos, do Capitão Budá, pai de D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti.
O Cel . José Camelo e sua esposa D. Maria da Penha Cavalcanti foram os pais do Ministro do Supremo Tribunal Federal, André de Albuquerque Cavalcanti (André Cavalcanti).
Em uma das margens do Rio Ipojuca, no município do mesmo nome, no Litoral do Estado, levantavam-se, outrora, três engenhos (depois Usina Nossa Senhora das Mercês), "e foi ali, entre o cheiro de mel e de cana fermentada, que André Cavalcanti veio ao Mundo, em 1845".
Conta-se que, naquele dia, descansava perto do "engenho", de caminho para Amaragi, um grupo de ciganos e, supersticioso como todo sertanejo, seu pai mandou chamar uma das ciganas do bando e pediu que lesse a mão do garoto (1). (1) — v. Humberto de Campos, "Perfis", Segunda Série, José Olympio Editora, Rio, 1.936.
— "Há de ser como outros do mesmo sangue, um grande nome da família. Se nascer outro homem da mesma raça dentro de cinco anos, a estrela dele brilhará menos ; senão há de ser uma grande figura vestida de vermelho, vestida de encarnado".
O nefelibatismo da predição não esclareceu em coisa alguma o proprietário da "Nossa Senhora das Mercês", concluindo-se, no entanto, muitos anos mais tarde, que se não houvesse nascido cinco anos depois, da mesma família, o menino Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, teria sido, talvez, o garoto André, filho do casal Cel. José Camelo Pessoa de Siqueira Cavalcanti, o primeiro Cardeal do Brasil e da América Latina.
Bacharel em Ciências Jurídicas Sociais, André de Albuquerque Cavalcanti, conforme Clóvis Beviláqua ("História da Faculdade de Direito do Recife"), "fez parte da turma de 1864 de nossa velha Faculdade, nasceu em Pesqueira (não diz o ano), representou o seu Estado na Constituinte Republicana e foi Chefe de Polícia da Paraíba e Juiz Municipal de Pedras de Fogo (também naquele Estado), falecendo em 1927", tenho a impressão que no Rio de Janeiro.
Vivia já em Ipojuca, licenciado da Magistratura, quando veio a República e, por influência de D. Joaquim Arcoverde, naquela época Bispo do Rio de Janeiro, foi nomeado por Prudente de Morais, Chefe da Polícia da Capital.
Quando Campos Sales subiu ao poder, sendo indicado Sampaio Ferraz para a Chefia de Polícia, ainda por iniciativa de D . Joaquim, foi nomeado André Cavalcanti para a primeira vaga do Supremo Tribunal Federal.
Entre outros, são filhos do velho Ministro, o Cel. Augusto Cavalcanti (Augusto Mouco), que foi para Rio Branco (Arcoverde), em 1915 ou 1916.
Usineiro no Litoral, e criador, agricultor, proprietário e industrial no Sertão, foi Augusto Cavalcanti a maior figura, talvez, do Rio Branco de sua época.
Diz-se que casado com uma alemã (tenho a impressão que no Rio de Janeiro), em sua nova "cidadezinha" casou outra vez com Teodolina Freire, garota de rara beleza pela qual se apaixonara, filha de "seu" Antônio e D. Maria Freire (Maria Ferraz).
Contou-me José Duque que para a celebração do casamento, declaram, em Juízo, que Augusto Cavalcanti era solteiro, não me recordo, se entre outros, o Cel. Arcelino de Brito, o Cel. José Estrela e Epaminondas Santos. Com Napoleão Pacheco, seu parente e velho e grande amigo, por não ter declarado a mesma coisa (como lhe pedira o velho), andou alguns dias meio aborrecido Augusto Mouco.
A "cidadezinha" dava, naquela época, como que o seu primeiro passo para o futuro, com a chegada ao lugar 3 ou 4 anos antes dos trilhos da "Great Western" e a inauguração de sua pequena -Estação", na qual escreveram o seu novo nome — "BARÃO DE RIO BRANCO".
Foi, todavia, Augusto Cavalcanti, que em 1917 [1919] deu à "minha cidadezinha" o seu primeiro, e durante mais de 20 anos, o seu único cinema e teatro, o meu velho "Cine Rio Branco", encarregando de sua administração e construção o seu grande amigo e parente Antônio Napoleão Pacheco de Albuquerque (hoje, com 91 ou 92 anos de idade), e, ali assistiu a cidade os primeiros filmes de Edie Polo, de Jack Perrin, de Joe Bonomo, Art Acord, Jack Holt, William Desmond, Charles Chaplin, Rodolfo Valentino, Ramon Navarro, Gary Cooper, Shirley Temple, Jackie Coogan e, entre muitos outros, "Chuca-Chuca", Jean Darling e Joe Cob.
Em meu velho cinema foi que assistiu também em 1934 (dia 23 de dezembro), quando era seu empresário (ou não sei se já seu proprietário) "Zezé de "seu" Santino", o seu primeiro filme falado, que devia ter sido "O Meu Boi Morreu", com Eddie Cantor, passando, no entanto, ¨Viena de Meus Amores".
Mais ou menos em 1917 [1919], foi também Augusto Mouco que iluminou a sua nova cidadezinha com luz elétrica. O velho "motor" ficava no antigo beco, quase em frente à padaria que em 1920 passou a pertencer a "seu" Noé e é hoje, totalmente modificada (mas ainda com o mesmo nome — "Padaria Confiança") dos filhos de "seu" Joaquim Neves ("seu" Joaquim Domingos), de Umbuzeiro, Estado da Paraíba. Em minha infância era o "Beco do Motor da Luz". Hoje é o "Beco de Dr. Luís Coelho".
No mesmo prédio em que ficava o "motor da luz” de Rio Branco, Augusto Cavalcanti tinha também uma fábrica de angico ou de tanino. Lá atrás, com a frente voltada para o Rio da Rua Velha (ou Riacho do Mel), 5 ou 6 banheiros que uma  boa velhinha, avó de Zé da Tapioca tomava conta. Eram, na realidade, os banheiros da cidadezinha e era ali ou em “seu” Jé nos jumentos de Bertino (que trabalhava na residência do Cel. Antônio Japyassu e, entre outros, nos de Expedito e Zé Castigo.
A água boa, a água de beber iam buscar na Serra das Varas, uma ou duas vezes por semana.
A partir de 1929, a " Sanbra" (Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro) , ou não sei se ainda "Pinto Alves & Cia" (e era, então, Ernesto Lima o seu gerente em Rio Branco) , passou a fornecer luz elétrica ao Município. O motor do Cel. Augusto Cavalcanti deixava-nos, vez por outra, 15, 20 dias e um mês sem luz, voltando, então, as velas (primitivamente de sebo e depois de cera, estearina ou espermacete), as velhas candeias de azeite de carrapato, os candeeiros (ou os alcoviteiros) e as lâmpadas a álcool a iluminarem as casas de comércio e de residência da "cidadezinha".
No trecho da atual Avenida Cel. Antônio Japyassu, em que ficava a padaria que era de meu pai, um bico de carbureto, em cima do balcão, como que iluminava toda a rua, em frente à  padaria, até às 8 e às 9 horas da noite, com o velho conversando com os amigos.
O Recife, conta-se que viu pela primeira vez a "luz elétrica", em outubro de 1873, quando o vapor inglês "Eothen", que a utilizava, ancorou em nosso porto, tendo sido objeto não apenas de curiosidade, "mas de espanto e admiração, não faltando quem aludisse a um castigo do céu, pois então a célebre "Questão Religiosa" entre o Governo Imperial e o Bispo D. Frei Vital, chegava ao auge" (1). (1) v. Fausto Agnelo, "Da candeia de Azeite á Lâmpada Elétrica", in Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão, vol. 5, 1973.
Só tivemos, no entanto, em nossa Capital, um serviço público de iluminação elétrica, regular e definitivo, com a "Pernambuco Tramways", que adquiriu a "Ferro-Carril" e outras companhias de transporte urbano e, em 1913, a "Companhia de Gás" estabeleceu o transporte coletivo por energia elétrica, substituindo o serviço de iluminação a gás pelo de eletricidade, inaugurando o primeiro trecho no centro da cidade em 28 de março de 1919" (2). (2)— ib. págs. 66 e 67.
O serviço de iluminação pública do Recife, com lampiões contendo candeias de azeite de carrapato, foi inaugurado em maio de 1822, tendo sido arrematado em 1834 (conforme Pereira da Costa, Anais Pernambucanos, vol. VIII), à razão de 116 réis por lampião, o que importava, para os cofres públicos, uma despesa anual de 1.250$208, na moeda então vigente. A 26 de abril de 1859 foi inaugurado no Bairro do Recife o serviço de iluminação a gás carbônico, seguindo-se logo depois o dos outros bairros.
Augusto Mouco, no entanto, em 1918, para receber o pai em Rio Branco (o Ministro André Cavalcanti), mandou construir a bela residência, a um lado do "Tamboril", que a partir de 1931 ou 1932 (época do Dr . Francisco Saboia), foi durante muitos anos a sede das "Obras Contra Secas" nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Menino pobre, filho de um pobre "mascate" de Rio Branco, só na "fidalga" Pesqueira (como que a Capital do mundo de minha infância), vi, naquele tempo, casas tão grandes e tão bonitas. O Palácio de D. José, a residência do Major Cândido de Brito (da Fábrica Peixe), a do Comendador José Didier (da Fábrica Rosa), a do Conselheiro José de Almeida Maciel (vizinha do Palácio do Bispo), a de "seu" Praxedes Didier, a de D . Argentina (mãe de Milton e Leonorzinha)...
Não sei se Augusto Cavalcanti deixou filhos com a alemã com a qual casou no Rio de Janeiro, tendo deixado de Teodolina um único filho (André), e com D. Francisca Josefa Maia (Engenho Utinga de Baixo, Usina Nossa Senhora das Mercês), filha do casal Francisco-D. Carolina Maia, proprietários em Suape (Cabo de Santo Agostinho), 4 filhos, criados pelos irmãos do Coronel (Adolfo, Arthur e Amaro): 1.° — Maria José Cavalcanti, que casou com João de Jesus Pereira. Sucessão: Etevaldo de Jesus Pereira (casado, com filhos), Maria Isabel (solteira), Marisa (casada, com filhos) e Marlene (que casou com Antônio Alves Carneiro, pais de Marco Antônio, Marlene, Marisa, Antônio Carlos, Marília, Marcílio Mônica e Antônio, todos residentes em Arcoverde há algum tempo). 2º - Maria Augusta, solteira. 3º José Augusto, que casou com D. Yolanda, com sucessão. 4º Maria Áurea, esposa de Milton Lima.
Falecido aos 45 ou 50 anos de idade, em 1921, no Recife, para onde viajara doente de Rio Branco, acompanhado do seu primo e velho amigo Dr. Leonardo Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, conta-se que envenenado por uma pessoa da família da moça bonita pela qual se apaixonara perdidamente e com a qual casara no Sertão, Augusto Mouco foi o maior benfeitor, talvez, da cidadezinha de Rio Branco de sua época.»


Augusto Cavalcanti
Teodolina Freire, com a qual casou em Rio Branco o Coronel Augusto Cavalcanti. «Teodolina casou, em segundas núpcias, com João Falcão e teve três filhos; e em terceiras núpcias, com o cônsul do Uruguai, Antônio Melo Barreto.» (Roteiro de Velhos e Grandes Sertanejos. Vol. 3, Luís Wilson, pág. 1292).

D. Maria José, filha de Augusto Cavalcanti

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